Um estudo recente, publicado na The Lancet Regional Health – Americas, revelou que as crianças brasileiras de 3 a 10 anos estão mais altas, mas também mais obesas. A pesquisa analisou dados de mais de 5 milhões de crianças e apontou um aumento de 1 centímetro na altura infantil nessa faixa etária, além de uma maior prevalência de obesidade e excesso de peso.
O estudo, realizado por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a University College London (Reino Unido), é o primeiro a analisar o peso e a altura de crianças em uma trajetória de tempo e com um grupo tão extenso.
Segundo a Fiocruz, os resultados serão importantes para orientar as ações do poder público na atenção à infância. A pesquisa incluiu uma população de 5.750.214 crianças, nascidas entre 2001 e 2014, abrangendo uma linha histórica de 13 anos.
Os resultados mostraram um crescimento de 1 centímetro entre os nascidos a partir de 2008, além de um aumento de 600 gramas no peso. A prevalência de excesso de peso para a faixa etária de 5 a 10 anos aumentou 3,2% entre meninos e 2,7% entre meninas. Já a obesidade passou de 11,1% para 13,8% entre os meninos e de 9,1% para 11,2% entre as meninas.
Para a faixa etária de 3 e 4 anos, houve um aumento do excesso de peso em 0,9% entre os meninos e 0,8% entre meninas, e da obesidade em 4% para 4,5% nos meninos e de 3,6% para 3,9% nas meninas.
O aumento da altura reflete o resultado positivo nas ações contra a desnutrição infantil, evidenciando uma melhor assistência à saúde e desenvolvimento. No entanto, a prevalência da obesidade é um ponto de atenção, destacando a necessidade de políticas específicas para prevenir a obesidade, especialmente entre crianças de famílias economicamente vulneráveis.