A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou que a vacina contra o HPV será aplicada em dose única no SUS, visando proteger crianças e adolescentes contra o câncer de colo do útero. A recomendação é para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, enquanto imunossuprimidos e vítimas de violência sexual continuarão com o esquema anterior de até três doses.
Estados e municípios foram orientados a realizar busca ativa dos jovens de até 19 anos que não receberam nenhuma dose do imunizante. Uma nota técnica do ministério incluiu um novo grupo no Programa Nacional de Imunizações: pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PPR), de qualquer idade.
Podem se vacinar gratuitamente pelo SUS:
- Meninas e meninos de 9 a 14 anos
- Pessoas de 9 a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos (imunossuprimidos)
- Vítimas de abuso sexual
- Pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PPR)
A decisão segue uma recomendação da OMS feita em 2022, que concluiu que uma dose da vacina já oferecia uma proteção significativa contra o HPV. A medida visa aumentar a cobertura vacinal, incluir outros públicos prioritários e facilitar a introdução da vacina contra o HPV em países de média e baixa renda.
O HPV é responsável por 99% dos casos de câncer de colo de útero, sendo o terceiro mais frequente entre as mulheres no Brasil. O câncer do colo de útero é considerado passível de erradicação por meio da vacinação, rastreamento e tratamento das lesões.
A vacinação também protege contra outros tipos de câncer, como o de pênis, ânus, orofaringe, vagina e vulva. Vacinando o público masculino, conseguimos interromper a cadeia de transmissão.
A vacina quadrivalente do SUS protege contra quatro tipos de vírus: 6 e 11, responsáveis por 90% dos condilomas acuminados (verrugas), e 16 e 18, que provocam quase 70% dos casos de câncer de colo uterino. Já a vacina nonavalente, disponível na rede privada, protege contra mais cinco tipos de vírus, aumentando a proteção em quase 90% dos cânceres de colo uterino.