Campinas, uma das principais cidades do interior de São Paulo, enfrenta a maior epidemia de dengue já registrada em sua história. Segundo dados do Painel de Arboviroses, até esta sexta-feira (26), a metrópole contabiliza impressionantes 65.808 casos da infecção em 2024.
Esse número ultrapassa a marca de 65.754 casos registrados em 2015, até então o índice mais alto de contaminações pela doença na cidade. Esse marco preocupante coloca Campinas em alerta máximo diante da gravidade da situação.
Pico da Epidemia
A cidade já lamenta a perda de 14 vidas devido à dengue neste ano, um número abaixo dos 22 óbitos registrados em 2015. Segundo o Departamento de Vigilância Epidemiológica (Devisa), Campinas está no auge da epidemia.
Durante a semana epidemiológica 14, entre 31 de março e 6 de abril, a cidade testemunhou o maior volume de casos registrados em um período de sete dias em toda a série histórica: 8.084 casos. Essas estatísticas, atualizadas em tempo real pelo painel, são um indicativo alarmante da gravidade da situação.
A expectativa dos especialistas é que, após atingir o pico, Campinas entre em um platô e registre uma redução no número de infectados a partir de maio. A influência climática é um fator crucial nesse processo, conforme explica o infectologista da prefeitura, André Ribas.
Medidas e Perspectivas
Futuras Segundo estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, estão nas residências. Nesse sentido, ações como a soltura de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia surgem como uma alternativa promissora.
Apesar do interesse de Campinas nessa estratégia, o Ministério da Saúde já definiu os locais para aplicação do método em 2024. O governo federal se comprometeu a informar os interessados quando novos projetos forem abertos, dependendo do aumento da capacidade produtiva da Fiocruz.
Além disso, o uso de vacinas contra a dengue emerge como uma estratégia promissora para os próximos anos, quando se espera uma oferta mais ampla e novos imunizantes disponíveis.
Hospitalizações e Sintomas
De acordo com o painel, 2,4% dos casos registrados exigiram internações na rede pública e privada da cidade. Entre os sintomas mais comuns, destacam-se febre (94,8%), dor de cabeça (72,3%) e dores no corpo (70%).
Orientações à População
Diante desse cenário preocupante, a população de Campinas deve adotar medidas rigorosas de prevenção contra a dengue. Utilizar telas de proteção nas janelas, eliminar criadouros, manter a limpeza dos ambientes e utilizar repelentes são algumas das recomendações.
É fundamental que todos estejam atentos aos sintomas da doença e busquem atendimento médico ao apresentá-los. A dengue é uma ameaça séria à saúde pública e exige uma resposta coordenada e eficaz por parte das autoridades e da comunidade.
Campinas está em estado de emergência para dengue desde o início de março, e é essencial que todos colaborem para conter essa epidemia e proteger a saúde da população.