A percepção do tempo é um fenômeno intrincado e relativo. Para algumas pessoas, uma atividade pode parecer passar rapidamente, enquanto para outras, o mesmo período de tempo passa mais devagar, podendo se estender como uma eternidade. Mas como exatamente isso acontece? Um novo estudo, publicado na revista científica Nature Human Behavior na segunda-feira (22), traz insights valiosos sobre esse enigma.
A pesquisa mostrou que a forma como o cérebro processa informações visuais está intimamente ligada à nossa percepção do tempo. Descobertas intrigantes sugerem que o que observamos influencia diretamente como vivenciamos e controlamos o tempo.
No experimento, os participantes foram expostos a imagens de diferentes tamanhos, desordem e memorabilidade, e sua percepção do tempo foi avaliada. Surpreendentemente, descobriu-se que a forma como uma imagem é percebida – seja grande, confusa ou memorável – afeta diretamente a noção de tempo das pessoas.
O estudo revelou que imagens maiores e menos confusas tendem a fazer com que os participantes sintam que passaram mais tempo observando-as, enquanto imagens menores e mais confusas resultam na sensação oposta. Essas descobertas sugerem que a desordem visual pode tornar mais difícil navegar e explorar uma imagem, levando a uma percepção de tempo reduzida.
Além disso, a pesquisa demonstrou que imagens memoráveis têm um impacto significativo na percepção do tempo. Os participantes experimentaram uma dilatação do tempo ao observar imagens memoráveis e tinham maior probabilidade de se lembrar delas no futuro.
Os resultados também foram apoiados por um modelo de rede neural do sistema visual humano, que processava imagens mais memoráveis de forma mais rápida do que as menos memoráveis.
Embora essas descobertas ofereçam uma compreensão mais profunda de como percebemos o tempo, ainda há muitas perguntas a serem respondidas. Os pesquisadores planejam validar seus resultados com uma amostra maior de participantes e refinar seus modelos para uma compreensão mais completa desse complexo fenômeno humano.