Dados atualizados pelo Ministério da Saúde revelam que o Brasil ultrapassou a marca de 2 mil óbitos por dengue neste ano. Segundo o Painel de Arboviroses, foram registradas 2.073 mortes nas primeiras dezessete semanas de 2024, o maior número desde o início da série histórica em 2000.
Em comparação com anos anteriores, o recorde anterior de óbitos foi em 2023, com 1.094, seguido por 2022, com 1.053. No mesmo período do ano passado, o país havia registrado 671 mortes em quatro meses.
Além disso, foram registrados 4.176.810 casos de dengue nas primeiras dezessete semanas deste ano, uma taxa inédita. Em 2023, foram 989.924 casos no mesmo período.
De acordo com os dados mais recentes, 13 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de queda da doença, enquanto 8 têm estabilidade e 5 mostram aumento.
A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, destacou que este ano apresenta uma epidemia de dengue com um padrão distinto em comparação com anos anteriores. Ela ressaltou a importância de permanecer alerta, apesar da queda esperada nos casos.
O Brasil foi o primeiro país do mundo a oferecer a vacina contra a dengue na rede pública. Até o momento, foram distribuídas 2.667.476 doses, com 821.796 aplicadas. Crianças e adolescentes de 10 a 14 anos são os grupos-alvo da vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Os dados também revelaram que todos os quatro sorotipos do vírus da dengue estão em circulação no país, com Minas Gerais sendo o único estado a registrar a presença simultânea de todos os sorotipos.
A dengue é causada por quatro sorotipos diferentes do vírus, podendo uma pessoa ser infectada até quatro vezes ao longo da vida. Após a exposição a um determinado sorotipo, a pessoa desenvolve imunidade para aquele tipo específico.