Nesta segunda-feira (13), Campinas enfrenta um triste marco em sua história de saúde pública: a cidade registrou o maior número de mortes por dengue desde o início dos registros. A Secretaria de Saúde confirmou mais três vítimas, elevando o total de óbitos para 23. Os pacientes, com idades entre 48 e 90 anos, sucumbiram à doença entre 18 de março e 17 de abril.
As vítimas foram identificadas da seguinte forma:
- Sexo masculino, 66 anos, com comorbidades. Residente na área de abrangência do CS DIC III. Início dos sintomas em 24 de março, óbito em 30 de março. Infecção confirmada pelo sorotipo 2.
- Sexo feminino, 48 anos, sem comorbidade. Moradora da área de abrangência do CS Santa Lúcia. Início dos sintomas em 12 de abril, óbito em 17 de abril. Infecção confirmada pelo sorotipo 2.
- Sexo feminino, 90 anos, com comorbidades. Residente na área de abrangência do CS Conceição. Início dos sintomas em 12 de março, óbito em 18 de março. Infecção confirmada pelo sorotipo 2.
A atual situação da dengue em Campinas é alarmante, com um total de 82.053 casos confirmados desde o início do ano. A Prefeitura alerta para a gravidade da epidemia, destacando dois fatores que contribuíram para o aumento dos casos: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história e as condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito, especialmente devido às ondas de calor desde outubro.
A Secretaria de Saúde lamentou as mortes e expressou solidariedade às famílias afetadas. A prevenção continua sendo a melhor estratégia contra a dengue, com a eliminação de qualquer acúmulo de água que possa servir como criadouro do mosquito transmissor.
Em caso de suspeita da doença, a população deve procurar imediatamente um centro de saúde para diagnóstico clínico. Não é recomendado realizar automedicação, pois isso pode comprometer o tratamento adequado. Sinais de alerta, como tontura, dor abdominal intensa, vômitos persistentes, suor frio ou sangramentos, exigem atendimento imediato em pronto-socorro ou UPA.
Andrea Von Zuben, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, alertou para a gravidade da dengue, especialmente na fase crítica, quando a febre cessa. Nesse momento, é crucial estar atento a possíveis complicações, como vômitos excessivos, sangramentos e sensação de desmaio.
A imunização é uma importante ferramenta no combate à dengue. A Secretaria de Saúde de Campinas já aplicou 10.748 doses de vacina em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos desde o início da campanha, em 11 de abril. As doses continuam disponíveis nos 68 CSs da cidade, seguindo o esquema vacinal de duas doses, com intervalo de três meses entre elas.