Um recente levantamento da Fundação Seade, divulgado este mês, revela uma mudança significativa no perfil das mães paulistas ao longo dos últimos 12 anos. Segundo os dados, a idade média das mães passou de 27,2 anos, em 2010, para 29,1 anos, em 2022.
Lúcia Mayumi Yazaki, demógrafa e pesquisadora responsável pelo estudo, destaca que essa alteração reflete uma tendência de adiamento da maternidade entre as mulheres. Segundo ela, fatores como a inserção das mulheres no mercado de trabalho e uma maior conscientização sobre métodos contraceptivos contribuem para esse cenário.
Em 2022, 70,3% das mães tinham entre 20 e 34 anos, enquanto 65,7% dos pais estavam na faixa etária entre 25 e 39 anos. A idade média materna foi registrada em 29,1 anos, enquanto a paterna foi de 32,1 anos. Em comparação com 2010, houve um aumento nas idades médias tanto das mães quanto dos pais.
Lúcia explica que, nas últimas décadas, as mulheres têm adiado a maternidade, buscando estabilidade profissional e pessoal antes de terem filhos. Isso tem resultado em uma diminuição na proporção de nascimentos entre mães mais jovens, com um aumento significativo entre aquelas com idades entre 35 e 44 anos.
Além disso, o estudo aponta que a maioria dos nascimentos ocorre em hospitais ou maternidades (99,2%), com apenas uma pequena parcela ocorrendo em casa (0,4%). A grande maioria das gestações (97,3%) resulta em apenas um filho, enquanto 2,7% são gestações múltiplas.
Em relação à naturalidade das mães, 77,5% eram paulistas, 21,0% eram naturais de outros estados e 1,5% eram provenientes de outros países.
Esse cenário reflete não apenas mudanças nas escolhas individuais das mulheres, mas também transformações sociais mais amplas, indicando uma nova dinâmica na estrutura familiar e reprodutiva na sociedade paulista.