O inverno de 2024 no Brasil está previsto para ser marcado por temperaturas acima da média, segundo especialistas. Embora ainda não tenhamos chegado oficialmente à estação mais fria do ano, os meteorologistas já conseguem antecipar um quadro de equilíbrio entre calor e frio.
Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, explica que, de maneira geral, o inverno de 2024 terá temperaturas acima da média, com destaque especialmente para o final da estação, entre agosto e a primeira quinzena de setembro, período que pode registrar inclusive novas ondas de calor.
“Mas vai fazer frio sim. Vamos ter inclusive mais dias frios do que no ano passado. Agora é claro que, por termos temperaturas acima da média, os períodos de temperaturas mais altas do que o normal vão predominar, eles vão ser mais longos”, diz Lucyrio.
E o que está por trás disso é o fim do famoso fenômeno climático El Niño, que aquece as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial e influência o clima em todo o país.
Agora, após o fim da sua atuação, estamos na chamada fase neutra – em que as águas do Oceano Pacífico não estão sob influência de nenhum fenômeno – e há a expectativa da instalação do La Niña.
O La Niña ocorre quando há o resfriamento da faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico. Ele é estabelecido quando há uma diminuição igual ou maior a 0,5°C nas águas do oceano. Para o Brasil, os efeitos clássicos do La Niña são aumento de chuvas no Norte e no Nordeste, tempo seco no Centro-Sul, com chuvas mais irregulares, e tendência de tempo mais seco no Sul.
Apesar do fim do El Niño, sua influência na atmosfera ainda será percebida por algumas semanas, até aproximadamente junho, antes dele desaparecer completamente. E como ainda estamos passando por esse período de resfriamento do Oceano Atlântico aquecido, durante esse fim do outono, é esperada uma redução na frequência de bloqueios atmosféricos e uma transição para padrões climáticos mais típicos da estação.
Por isso, Andrea Ramos, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), diz que junho será um mês quente, especialmente na parte central do país, onde essa massa de ar seco e quente continuará a atuar até o dia 17.
Apesar das mudanças, a expectativa é de que o inverno de 2024 traga temperaturas amenas e alguns dias mais frios, mas sem extremos de calor ou frio. As projeções indicam uma estação equilibrada, com características típicas da transição entre o outono e o inverno.
Para mais informações sobre as previsões climáticas, os interessados podem acompanhar os boletins meteorológicos das instituições especializadas.