Um levantamento conduzido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) revelou que o clima desfavorável impactou negativamente a produtividade média das roças de tomate e de cebola durante a safra 2023/24.
A redução na oferta desses produtos no mercado resultou em preços elevados de negociação, uma tendência que se espera persistir no início da safra de inverno de 2024, de acordo com os pesquisadores da USP, o que deve garantir resultados acima dos custos de produção.
Os principais motivos para a queda na produção, conforme aponta a Equipe Hortifrúti do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), foram as adversidades climáticas observadas desde meados do segundo semestre do ano passado, incluindo as fortes chuvas em setembro que comprometeram a safra de hortaliças, especialmente no Sul do país.
Embora na época do estudo o Rio Grande do Sul ainda não tivesse sido afetado pelas enchentes que assolaram a região neste ano, houve uma diminuição na produtividade devido à representatividade do Sul na safra de verão de hortaliças.
Segundo a nota da Esalq, houve uma resposta positiva nos preços, especialmente para a cebola, considerando que o Sul é responsável por quase toda a produção nacional no primeiro semestre do ano.
Quanto às perspectivas para os próximos meses, em relação ao tomate, a Esalq aponta que, com o término da safra de verão, a oferta e os preços variaram pouco em maio. Entretanto, as enchentes no Sul erradicaram a produção e anteciparam o encerramento da safra na região, enquanto no Sudeste, as altas temperaturas aceleraram a maturação dos tomates e o clima seco favoreceu a proliferação da mosca-branca.
Prevê-se um pico de colheita em regiões como Sumaré (SP) e Araguari (MG) em junho, mas a oferta de tomates ainda permanece abaixo da média histórica devido a problemas de pragas como a mosca-branca, o que deve manter os preços elevados.
Em relação à cebola, a compra de cebolas importadas está diminuindo devido ao aumento gradual da oferta brasileira. As chuvas no RS não afetaram a importação na fronteira, mas houve perdas de sementes. As atividades devem ganhar ritmo em junho, mas a baixa qualidade devido ao excesso de chuvas no Cerrado ainda preocupa.
No Sudeste, o início da safra de verão de tomate foi promissor quanto à produtividade, porém a falta de chuvas no final da temporada afetou a produção devido à maior incidência de pragas e às temperaturas elevadas, prejudicando o final da safra de verão e o início dos plantios de inverno na região, conforme apontam os pesquisadores da Esalq.