Um estudo recente, publicado na revista NJP Parkinson’s Disease, revelou que os smartwatches têm potencial para transformar o tratamento do Parkinson ao detectar alterações nos sintomas ao longo do tempo, especialmente em pacientes nos estágios iniciais da doença. A pesquisa, considerada um marco na compreensão da doença, sugere que esses dispositivos podem oferecer uma visão mais precisa da progressão do Parkinson, acelerando assim o desenvolvimento de novas terapias.
O Parkinson afeta o sistema nervoso central e o sistema motor, resultando em sintomas como tremores, rigidez muscular, instabilidade postural e dificuldade nos movimentos. A variabilidade desses sintomas entre os pacientes tem sido um desafio para o desenvolvimento de tratamentos eficazes.
Tradicionalmente, os métodos de rastreamento usados são subjetivos e baseados em informações coletadas apenas em consultas médicas periódicas, o que pode não refletir completamente a experiência diária dos pacientes. Isso tem contribuído para o ritmo lento no avanço terapêutico, conforme apontado pelos pesquisadores.
Os smartwatches surgem como uma alternativa promissora, permitindo o monitoramento contínuo de sintomas como tremores, redução dos movimentos e até alterações na fala através de tarefas simples, como toque de dedo e gravação de voz.
O estudo WATCH-PD acompanhou participantes com Parkinson em estágio inicial ao longo de 12 meses. Os dados coletados pelos dispositivos revelaram declínios cognitivos relacionados à marcha, aumento do tremor e mudanças na fala. Além disso, os smartwatches detectaram diminuições no balanço do braço e no número de passos diários, características comuns da doença.
“Medidas digitais oferecem uma visão objetiva e sensível da progressão do Parkinson no mundo real”, afirmou Jamie Adams, professor associado de Neurologia na Universidade de Rochester e autor principal do estudo. “Este estudo demonstra que dados gerados por smartwatches e smartphones podem monitorar e detectar mudanças em múltiplos aspectos da doença remotamente. Essas avaliações digitais serão fundamentais para avaliar a eficácia de terapias futuras”, completou.
A pesquisa destaca o potencial dos smartwatches não apenas para melhorar o manejo clínico do Parkinson, mas também para abrir novas oportunidades na pesquisa e desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e personalizados para os pacientes afetados por esta condição neurodegenerativa.