Pacientes que têm diabetes são mais suscetíveis a desenvolver doenças cardiovasculares. A doença aumenta as chances de ter aterosclerose e multiplica a propensão para a formação de coágulos sanguíneos — ambos podem reduzir o fluxo sanguíneo para o coração, desencadeando condições como infarto. A glicose descontrolada também é tóxica para as células do coração, causando insuficiência cardíaca.
Valores de glicemia acima dos 126 mg/dL sugerem que o paciente tem diabetes. Porém, um estudo feito pela ADJ Diabetes Brasil e divulgado nessa quarta (8/8) mostra que a glicose acima de 115, considerada pré-diabetes, já está relacionada a um risco alto ou muito alto de doenças cardiovasculares.
O levantamento analisou dados de 1.471 pacientes de Porto Alegre, São Paulo e Vitória. Entre os participantes, 9,94 tinham diabetes; 21,76%, hipertensão arterial sistênica; 9,66% eram tabagistas e 13,38% faziam uso de estatinas (medicamento para o colesterol). A média de glicose foi de 106 mg/dL.
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“O estudo reforça a descoberta de que ter a glicemia capilar alterada está relacionado com um risco de ter eventos cardiovasculares aumentado. A diabetes descompensada também está ligada ao colesterol alterado e, portanto, há um aumento do risco de eventos cardiovasculares, como infarto e AVC. A pesquisa demonstra que, do ponto de vista de saúde pública e de proteção da população para eventos cardiovasculares, estamos muito, mas muito longe do esperado”, afirma o endocrinologista Ronaldo José Pineda Wieselberg, que é presidente da ADJ Diabetes Brasil e líder da pesquisa.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, até essa quarta, mais de 224 mil pessoas morreram em 2024 por doenças cardiovasculares no país. Esta é a principal causa de morte no Brasil — elas causam o dobro de óbitos de todos os cânceres juntos, cerca de duas vezes mais que acidentes e violência e seis vezes mais do que todas as infecções.
Fonte: Metrópoles