Lavar as frutas é extremamente importante, mas um novo estudo, publicado no Nano Letters da American Chemical Society, afirma que essa medida de precaução pode não ser suficiente para remover produtos químicos tóxicos e resíduos de pesticidas.
De acordo com os pesquisadores, que empregam tecnologias sofisticadas de detecção química, incluindo raios laser e o inovador filme SERS para investigar as substâncias presentes na casca de vários itens alimentares, é preciso remover a casca das frutas, especialmente das maçãs, se a ideia é se livrar de pesticidas.
Segundo a nutricionista Thaiz Brito, não existe nenhum método que remova 100% os pesticidas das frutas. “Ao aplicar as práticas de higiene, é possível que parte dos resíduos, principalmente presentes nas cascas, sejam removidos, mas não em sua totalidade”, avalia.
Apesar de não ser possível remover todas as impurezas das frutas com a lavagem, a higienização é importante para prevenir contaminação por microorganismos, como a Salmonella.
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“É válido frisar que apenas lavar com água corrente não é suficiente para retirar os microorganismos. Segundo o Ministério da Saúde, a forma adequada de higienizar os vegetais é em solução com água sanitária diluída antes do armazenamento”, destaca Thaiz.
Além disso, o novo estudo mostrou que os pesticidas não só permanecem na casca da maçã após a lavagem com água, como também penetram na camada mais externa da polpa. No entanto, cortá-la pode ser o suficiente para diminuir significativamente o risco de contaminação.
“É preciso ter em mente que, sim, existem resíduos que podem estar nas cascas, mais fáceis de serem retirados. No entanto, não se limitam a essa parte, já que também podem estar dentro das frutas, uma vez que as substâncias são absorvidas pelo interior dos alimentos”, alerta a nutricionista.
No entanto, embora a perda da pele possa ajudar a prevenir a exposição química, ela também reduz o valor nutricional. “Retirar as cascas reduz a absorção de fibras, excelentes aliadas da saúde, já que ajudam no controle do colesterol e promovem saciedade e benefícios à saúde intestinal”, finaliza Thaiz.
Fonte: Metrópoles