Dados da Secretaria Municipal de Saúde revelam que Campinas (SP) voltou a registrar casos de mpox (antiga varíola dos macacos), com 8 casos confirmados até esta quinta-feira (15). Esse número supera os casos registrados em todo o ano passado, quando apenas um paciente foi infectado na cidade. Em comparação, o estado de São Paulo viu um aumento de 257% nas ocorrências de janeiro a julho de 2024 em relação ao ano anterior.
Na quarta-feira (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a mpox é novamente classificada como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). No entanto, essa classificação não equivale a uma pandemia, mas busca coordenar uma resposta internacional e facilitar o compartilhamento de vacinas, tratamentos e diagnósticos.
Panorama Nacional e Local
No Brasil, foram notificados 709 casos de mpox e 16 mortes até o momento. Em Campinas, a soma dos últimos três anos totaliza 105 casos, com uma predominância masculina quase absoluta: apenas 9 mulheres foram diagnosticadas. A maioria dos pacientes tem entre 20 e 39 anos.
A infectologista Valéria Almeida aponta que o aumento de casos em Campinas pode ser atribuído a uma maior testagem e conscientização. “A ampliação dos exames foi motivada pelo aumento nos relatos de casos, e a atual variante tem se mostrado mais visível devido ao aumento na testagem”, explicou Almeida. Ela também destacou que a cepa atualmente circulante é a mesma dos últimos anos, com sintomas geralmente leves e menos graves em comparação com novas variantes emergentes.
O que é Mpox e Quais São os Sintomas?
A mpox é uma zoonose viral, transmitida de animais para humanos, principalmente em regiões florestais da África Central e Ocidental. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores no corpo, calafrios, cansaço, erupções cutâneas e gânglios inchados. Complicações graves, como pneumonia, sepse e infecções oculares, são mais comuns em pacientes com sistemas imunológicos comprometidos.
Tratamento e Perspectivas
Embora a mpox possa ser fatal, a taxa de mortalidade na cepa atual é considerada baixa. O tratamento se baseia em medidas de suporte clínico para aliviar sintomas e prevenir complicações, já que não há medicamentos específicos aprovados para a doença até o momento.
O Ministério da Saúde está convocando uma reunião para atualizar as recomendações e planos de contingência, visando gerenciar a situação e preparar a resposta para possíveis novas variantes.