Um novo estudo, realizado nos Estados Unidos, indica que mais de 46 mil casos de câncer poderiam ser evitados anualmente se a maior parte da população americana caminhasse por cerca de 45 minutos por dia. A pesquisa, publicada na Medicine & Science in Sports & Exercise, analisou os hábitos de atividade física de quase 600 mil pessoas e descobriu que cerca de 3% dos casos de câncer nos EUA estão fortemente ligados à inatividade.
Os pesquisadores da Sociedade Americana do Câncer e da Universidade Emory utilizaram uma análise estatística conhecida como “fração atribuível à população” (PAF) para estimar a relação entre a inatividade e o câncer. Eles analisaram dados de câncer coletados entre 2013 e 2016 e compararam com respostas de pesquisas sobre hábitos de exercício de mais de meio milhão de americanos.
O estudo revelou que a falta de atividade física está particularmente associada a tipos específicos de câncer. O câncer de estômago apresentou a maior porcentagem de casos atribuíveis ao sedentarismo, com cerca de 17%, enquanto o câncer de bexiga apresentou uma associação menor, de aproximadamente 4%. As estatísticas variaram por estado, sendo mais altas em regiões do sul dos EUA, onde o sedentarismo é mais comum.
Adair K. Minihan, cientista associada da Sociedade Americana do Câncer e líder do estudo, destacou que as descobertas sugerem que a prática regular de exercícios pode desempenhar um papel crucial na prevenção de muitos tipos de câncer. “Se todos os americanos se comprometessem a caminhar por uma hora diariamente, poderíamos teoricamente eliminar os 46.356 casos de câncer associados à inatividade”, afirmou Minihan.
Embora o estudo não pretenda culpar indivíduos por não se exercitarem, ele ressalta a importância da atividade física na redução do risco de câncer. A pesquisa também lembra que o câncer é uma doença complexa com múltiplas causas, e o sedentarismo é apenas um fator entre muitos. A mensagem é clara: incorporar atividades simples, como caminhadas diárias, pode ser um passo significativo para a prevenção de doenças malignas.