Um novo relatório do Instituto Cactus e da AtlasIntel, intitulado “Panorama da Saúde Mental”, revelou que 43,5% dos brasileiros que passam três horas ou mais por dia nas redes sociais têm diagnóstico de ansiedade. O estudo, divulgado nesta quinta-feira, 13 de agosto, destaca a crescente preocupação com a saúde mental associada ao uso excessivo dessas plataformas digitais.
O relatório foi baseado em uma pesquisa realizada entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024 com 3.266 brasileiros maiores de 16 anos, distribuídos por todas as regiões do país. A pesquisa revelou que a maioria dos entrevistados eram mulheres (51,2%) e cisgêneros (90%). A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.
Os dados mostraram que 36,9% dos participantes passavam três horas ou mais por dia nas redes sociais, enquanto 35,7% usavam essas plataformas entre uma e três horas diárias. Outros 20,9% passavam menos de uma hora por dia, e 6,5% usaram as redes sociais poucas vezes ou não usaram.
Os índices de saúde mental medidos pelo Índice Contínuo de Avaliação da Saúde Mental (ICASM) mostraram que os usuários mais intensivos de redes sociais tiveram as menores pontuações. Aqueles que passaram três horas ou mais por dia nas redes sociais obtiveram uma pontuação média de 610 no ICASM, comparados a 576 para os que usaram poucas vezes ou nenhuma vez. Em contraste, os usuários de redes sociais por menos de uma hora por dia e entre uma e três horas diárias apresentaram pontuações de 672 e 665, respectivamente.
Entre os indivíduos diagnosticados com ansiedade, 43,5% relataram usar redes sociais por três horas ou mais por dia. A pesquisa também descobriu que 31,9% dos ansiosos usavam as redes sociais entre uma e três horas diárias, 20,9% passavam menos de uma hora e 3,7% usavam essas plataformas raramente ou nunca.
Os autores do estudo sugerem que o uso excessivo das redes sociais pode ter efeitos prejudiciais sobre a saúde mental, contribuindo para problemas como baixa autoimagem, menor interação social presencial e maior exposição ao cyberbullying. Estudos anteriores também associaram o uso intensivo das redes sociais ao aumento de depressão e ansiedade. Pesquisas da Faculdade de Saúde da Universidade de York e da University College London (UCL) confirmam que pausas no uso das redes sociais e a redução do tempo online podem levar a melhorias significativas na autoestima e no bem-estar psicológico.
O relatório destaca a necessidade urgente de estratégias para promover um uso mais equilibrado das redes sociais e proteger a saúde mental dos brasileiros.