Na tarde desta segunda-feira (26), um estudo inovador conduzido pela Universidade Aalto, na Finlândia, revelou que diferentes formas de amor ativam áreas distintas do cérebro. A pesquisa, publicada na revista Cerebral Cortex, utilizou imagens de ressonância magnética para analisar a atividade cerebral de 55 pais em relacionamentos amorosos, enquanto refletiam sobre diversos tipos de amor: pelos filhos, pelo parceiro romântico, por amigos, por estranhos, por animais de estimação e pela natureza.
Pärttyli Rinne, filósofo e coordenador do estudo, explica que o trabalho fornece uma visão mais abrangente sobre como o amor afeta o cérebro. “O padrão de ativação do amor é gerado em situações sociais nos gânglios da base, na linha média da testa, no pré-cúneo e na junção temporoparietal nas laterais da parte de trás da cabeça”, afirma Rinne.
Os resultados mostraram que o amor pelos filhos provocou a maior atividade cerebral, seguido pelo amor romântico. A ativação intensa no sistema de recompensa do cérebro, especificamente na área do estriado, foi observada apenas no amor parental. Em contraste, o amor por estranhos resultou em menor ativação cerebral, enquanto o amor pela natureza ativou tanto o sistema de recompensa quanto as áreas visuais do cérebro, mas não as sociais.
O estudo também revelou que a atividade cerebral associada ao amor por animais de estimação ajudou a identificar os donos de pets, revelando uma maior ativação nas áreas cerebrais relacionadas à sociabilidade em comparação com aqueles que não têm animais de estimação.
Para os pesquisadores, compreender os mecanismos neurais do amor pode não apenas contribuir para debates filosóficos sobre a natureza do afeto e da consciência, mas também auxiliar em intervenções de saúde mental para condições como transtornos de apego, depressão e problemas de relacionamento.
O estudo conclui que a atividade cerebral relacionada ao amor é diversa e complexa, refletindo a variedade de formas que o afeto pode assumir em nossas vidas.