O número de atendimentos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na rede pública de Campinas mais do que dobrou em um mês, segundo dados fornecidos pela Rede Mário Gatti, que gerencia os hospitais municipais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). O aumento é atribuído ao tempo seco e à poluição causada pelas queimadas que atingiram o estado de São Paulo.
De acordo com os dados da Rede Mário Gatti, o período entre 28 de julho e 25 de agosto registrou um crescimento de 123% no número de atendimentos por SRAG, totalizando 8.800 casos. A semana com maior número de atendimentos foi de 18 a 24 de agosto, coincidentemente o auge das queimadas em várias cidades do estado.
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo Grande foi a mais sobrecarregada, com 1.113 pacientes atendidos. Outros locais com altos índices de atendimentos incluem:
- Hospital Municipal Doutor Mário Gatti: 849 pacientes
- UPA Anchieta: 698 pacientes
- UPA Carlos Lourenço: 26 pacientes
A infectologista da Prefeitura de Campinas, Valéria Almeida, aponta que as oscilações de temperatura e o tempo seco são responsáveis por quadros alérgicos e infecciosos respiratórios. “Às vezes as pessoas não procuram atendimento médico por achar que é apenas uma alergia, mas pode ser um vírus que também pode infectar outras pessoas. A recomendação é buscar atendimento médico para uma avaliação correta e, se necessário, realizar testes para Covid-19”, orienta Almeida.
Jaciane Azevedo, auxiliar administrativo, relatou dificuldades com a saúde respiratória de seu filho, levando-o ao Hospital Pediátrico Mário Gattinho. “Ele está com problemas respiratórios e eu também estou com dor de garganta. Tentamos tudo, desde umidificador até toalhas úmidas, mas nada parece resolver”, disse Azevedo.
A garçonete Carla Silva também enfrenta problemas semelhantes com sua filha. “Ela tem asma, nariz entupido e está vomitando. Eu e minha filha sofremos muito com o tempo seco. Passamos frequentemente pelo hospital devido à nossa condição”, relatou Silva.
Com o aumento dos casos e a preocupação com a saúde respiratória da população, as autoridades locais e especialistas continuam a monitorar a situação e a fornecer orientações para a população sobre como lidar com os impactos das condições climáticas adversas.