A intensa seca e os incêndios que afetam o Pantanal de Mato Grosso do Sul estão provocando um cenário desolador na região de Coxim. Imagens registradas por pescadores no início da semana mostram a trágica situação ao longo do rio Taquari, onde o gado enfrenta condições extremas, com muitos animais mortos ilhados e atolados no leito seco do rio.
Segundo informações da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e da Polícia Militar Ambiental (PMA), que estão monitorando a situação, o proprietário dos animais ainda não foi identificado. A funcionária pública Juliana Abdo relatou que o registro dos animais foi feito pelo marido dela na região da Boca do Caronal.
Juliana explicou que, quando os pescadores chegaram ao local, já havia muitas cabeças de gado no rio, isoladas e ilhadas. “Eles descem para beber água e acabam não conseguindo retornar. Muitos ficam presos no barro ou no lodo, ou não conseguem subir o barranco”, disse Juliana.
O ponto mais crítico da situação fica a cerca de duas horas de barco de Coxim. No trajeto, foram encontrados bezerros agonizando e muitos animais mortos. A estimativa é de quase 200 cabeças de gado no total, com muitos mortos e outros vivos em grave estado.
O capitão Anderson Abraão Elias, comandante da PMA em Coxim, informou que a corporação está acompanhando de perto o desastre. Ele estima que pelo menos 11 animais tenham morrido às margens do rio, e que muitos outros ainda estão ilhados e em perigo. “Estamos fazendo um levantamento dos animais espalhados e tentando entender a magnitude da situação”, afirmou Elias.
A PMA e a Iagro também alertam que a pena pelo abandono de animais pode variar de 3 meses a 1 ano de detenção, além de multas que podem chegar a R$ 3 mil por cabeça de gado ou uma multa diária de R$ 3 mil. As equipes continuam trabalhando na região para mitigar os impactos e identificar os responsáveis por essa tragédia.
