O governo brasileiro está considerando a volta do horário de verão como uma medida para ajudar a manter o preço da energia elétrica sob controle. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a reintrodução do horário de verão está sendo avaliada como uma possível solução para enfrentar a escassez de chuvas, o aumento da temperatura e a seca que têm pressionado o setor elétrico.
Com o uso crescente de energia gerada por usinas termoelétricas devido à baixa nos níveis dos reservatórios, o custo da energia elétrica tem subido, impactando diretamente a conta de luz dos brasileiros. “Quando há qualquer possibilidade que aponte um caminho de uma solução para a modicidade tarifária e para a segurança do setor, é importante ser avaliada. Então, nós estamos na fase de avaliação da necessidade ou não de horário de verão,” explicou Silveira.
Apesar da preocupação com o aumento dos custos, o ministro garantiu que não há risco iminente de falta de energia no país, mesmo com os reservatórios de água em níveis reduzidos, que devem persistir até o final de novembro.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também comentou a possibilidade de reintroduzir o horário de verão, considerando-o uma “boa alternativa” para reduzir a pressão sobre o setor elétrico. “Não vai faltar energia, mas nós precisamos todos ajudar. Horário de verão pode ser uma boa alternativa para você poupar energia. Campanha para você economizar energia [é outra alternativa], você procurar desperdício. Ajuda também. Você tem várias alternativas,” disse Alckmin.
No entanto, o vice-presidente destacou que o governo está avaliando as possíveis consequências da medida, incluindo seus impactos no setor aéreo, nas operadoras de telefonia e na rotina dos trabalhadores. Também mencionou os possíveis transtornos com a mudança automática em smartphones, um problema que já foi recorrente no passado.
A decisão sobre o retorno do horário de verão ainda não foi tomada. A medida, que foi extinta pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2019, é adotada em vários países para economizar energia elétrica durante o horário de pico, quando as atividades empresariais são encerradas ainda com luz do dia, reduzindo a necessidade de iluminação artificial.