Devido ao persistente tempo seco, baixa umidade do ar, estiagem severa e queimadas que têm impactado significativamente a qualidade do ar, o Ministério da Saúde emitiu uma recomendação urgente para a população das cidades de Piracicaba e Limeira, em São Paulo. A principal sugestão é o uso de máscaras para proteger-se da inalação direta de fumaça e poluentes.
Nesta quinta-feira (12), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) classificou a qualidade do ar em ambas as cidades como “ruim”, com altos níveis de poluentes que podem agravar condições de saúde, principalmente para pessoas com doenças respiratórias, cardíacas, idosos e crianças. A baixa qualidade do ar pode causar sintomas como ardor nos olhos, nariz e garganta, tosse seca e cansaço, mesmo em indivíduos saudáveis.
O aumento da procura por máscaras, especialmente entre agosto e setembro deste ano, coincide com a piora das condições climáticas. De acordo com uma rede de farmácias em Piracicaba, as vendas de máscaras cresceram 25% no período, enquanto a demanda por umidificadores e inaladores mais que dobrou, com um aumento superior a 110%.
A pneumologista Bruna Marabita, em entrevista à EPTV, afiliada da Globo, explicou as diferentes opções de máscaras disponíveis e seus níveis de proteção. As máscaras caseiras, feitas de pano, bloqueiam partículas maiores e são recomendadas apenas na ausência de opções melhores. As máscaras cirúrgicas descartáveis filtram partículas intermediárias, enquanto as máscaras profissionais, como N95 e PFF2, oferecem a melhor proteção contra partículas microscópicas.
Além de usar máscaras, o Ministério da Saúde sugere evitar atividades físicas ao ar livre e ficar longe de áreas com focos de queimadas. Recomenda-se também aumentar a ingestão de água e procurar ambientes mais frescos. Para grupos vulneráveis, como pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos, é crucial manter as consultas médicas em dia e estar atento aos sintomas de problemas respiratórios ou cardiovasculares, como náuseas, falta de ar e dor intensa.
O pneumologista Murilo Angeli Piva alerta sobre os riscos adicionais do clima seco, que pode aumentar a desidratação e, consequentemente, o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). A umidade ideal para a respiração é entre 50% e 60%, mas as condições atuais em Piracicaba estão muito abaixo dessa faixa, exacerbando problemas respiratórios e cardiovasculares.
A Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba observou um aumento significativo em casos de hipertensão arterial nas últimas semanas, o que reflete a gravidade da situação. Entre 17 e 23 de agosto, o número de casos de hipertensão quase dobrou em comparação com a semana anterior.
Para minimizar os riscos, a hidratação adequada é fundamental, e o uso de umidificadores pode ajudar a aliviar os sintomas. A vacinação contra doenças respiratórias também é recomendada para reduzir o impacto na saúde.
A situação continua sendo monitorada de perto, e as autoridades locais permanecem atentas para fornecer as orientações necessárias à população.