O inverno de 2024 já se tornou o segundo mais quente desde 1961, de acordo com dados inéditos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), obtidos pelo Jornal Hoje. Com uma média de 23,1°C, o inverno deste ano empata com 2015 e fica atrás apenas de 2023, que registrou 23,3°C, quase 1 grau acima da média normal para a estação.
A primavera, que começará no próximo domingo (22), deve manter temperaturas acima da média, com previsões de cerca de 2 graus mais quentes. Além disso, espera-se que a estação tenha menos chuvas do que o habitual nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Contudo, as chuvas devem retornar em outubro, começando pelo Norte e Centro-Oeste e se espalhando por outras áreas até o final do ano.
La Niña e suas implicações
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) anunciou uma probabilidade de 60% de que o fenômeno La Niña surja no final deste ano, embora a probabilidade tenha diminuído em relação às previsões de junho, que indicavam 70%. O La Niña é caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico e costuma afetar o clima brasileiro, trazendo chuvas intensas ao Norte e Nordeste, e um padrão de tempo mais seco no Centro-Sul.
Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, observa que a previsão da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) sugere que o La Niña pode atingir seu pico entre novembro e janeiro, com 74% de probabilidade em dezembro. No entanto, o fenômeno não deve ser intenso ou prolongado.
Previsões climáticas para o fim do inverno
O fim do inverno deve ser marcado por tempo seco na maior parte do Brasil. Enquanto setembro é esperado com chuvas abaixo da média em muitas regiões, algumas áreas do Norte, sul do Mato Grosso do Sul e São Paulo poderão ter precipitações acima da média.
Temperaturas elevadas são esperadas em todo o país, com ondas de calor potencialmente atingindo locais como Pará, Amazonas e Piauí, onde as médias podem ultrapassar os 30°C. No Sul, os três estados também devem ter temperaturas acima da média, embora regiões de maior altitude possam registrar mínimas abaixo dos 12°C.
A OMM ressalta que, apesar de fenômenos como o La Niña e o El Niño influenciarem o clima, as mudanças climáticas provocadas pelo homem continuam a elevar as temperaturas globais, intensificando eventos climáticos extremos e alterando padrões sazonais.
Com a perspectiva de um verão quente à frente, os impactos da atual e futura dinâmica climática continuam a ser monitorados de perto pelas autoridades meteorológicas.