O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou, nesta quinta-feira (19), o retorno do horário de verão em 2024. A proposta será discutida com outros setores antes de uma decisão final, que caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Caso a medida seja aprovada, pode entrar em vigor em um prazo de 30 a 60 dias.
Estratégia para otimizar o consumo de energia
A retomada do horário de verão visa deslocar o pico de consumo de energia para horários com maior geração solar, reduzindo a dependência de usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes. Essa sugestão faz parte de um plano de contingência apresentado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em uma reunião extraordinária do CMSE.
O plano foi solicitado pelo ministro Alexandre Silveira, que destacou a necessidade de garantir o fornecimento de energia, tanto no sistema interligado quanto em Roraima, o único estado não conectado ao restante do país.
Funcionamento do horário de verão
À noite, a geração de energia solar diminui, enquanto a geração eólica aumenta. No intervalo entre essas duas mudanças, o consumo de energia atinge um pico que deve ser suprido por hidrelétricas ou termelétricas. Com a necessidade de preservar os reservatórios das hidrelétricas devido à seca, mais termelétricas precisam ser acionadas. A adoção do horário de verão busca, assim, suavizar essa demanda.
Desafios legais
Para a implementação do horário de verão, é necessária a revogação de um decreto do governo anterior, que em 2019 suspendeu a prática. A medida foi considerada desnecessária na época devido a mudanças nos padrões de consumo de energia e avanços tecnológicos.
A questão foi também discutida durante a crise hídrica de 2021, quando o governo estudou a possibilidade de reverter a suspensão do horário de verão, mas a medida não foi implementada.