Na manhã desta segunda-feira (30), moradores do distrito de Santa Terezinha, em Piracicaba (SP), avistaram dezenas de peixes do Rio Corumbataí em busca de oxigênio na superfície, reflexo do estresse hídrico causado pela estiagem. Em setembro de 2024, a cidade recebeu apenas 20,9% das chuvas previstas, totalizando apenas 13 mm, em comparação com os 62 mm esperados, segundo apuração da EPTV.
Adriano Queiroz, diretor de controle e licenciamento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), afirmou que a situação é crítica, com níveis de água abaixo do normal e uma queda significativa na quantidade de oxigênio disponível para os peixes, especialmente durante a noite. A CETESB já enviou uma equipe ao local para avaliar a situação.
O Rio Corumbataí é responsável por mais de 80% do abastecimento de Piracicaba, o que torna a situação ainda mais preocupante. Em um cenário de descaso ambiental, a EPTV também flagrou lixo acumulado e esgoto a céu aberto em trechos urbanos do Rio Piracicaba, aumentando os riscos à saúde pública e à fauna local.
A CETESB registrou que a vazão do rio estava em torno de 17 m³/s, e a morte de peixes já foi confirmada devido à falta de oxigênio. Em julho, a região enfrentou a maior mortandade de peixes já registrada, com cerca de 253 mil peixes mortos, resultando em uma multa de R$ 18 milhões para a Usina São José, identificada como uma das fontes de poluição.
A Prefeitura de Piracicaba afirmou que equipes estão sendo enviadas para realizar a limpeza e que existem sete ecopontos na cidade para descarte adequado de materiais. A situação do Rio Corumbataí e do Rio Piracicaba continua a exigir atenção urgente das autoridades e da comunidade local.