A inflação no Brasil registrou uma alta de 0,44% em setembro, de acordo com os dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira, 9. O aumento no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi principalmente influenciado pelo grupo de Habitação, que sofreu um aumento nos preços da energia elétrica residencial, e pelo grupo Alimentação e Bebidas, que subiu após dois meses consecutivos de queda.
No acumulado do ano, a inflação atinge 3,31%, enquanto nos últimos 12 meses, chega a 4,42%, próximo do limite da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
A energia elétrica, que havia apresentado uma queda de 2,77% em agosto, registrou um aumento de 5,36% em setembro. Segundo André Almeida, gerente da pesquisa, essa alta se deve à mudança na bandeira tarifária da energia, que passou de verde para vermelha patamar um, devido ao nível dos reservatórios. “Essa mudança acrescenta aproximadamente R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos”, explicou.
O grupo de Alimentação e Bebidas também teve alta de 0,50%, com destaque para o aumento nos preços da alimentação no domicílio, que subiu 0,56%. Este aumento foi impactado, em grande parte, pelos preços da carne bovina e algumas frutas, como laranja e limão. “A forte estiagem e o clima seco diminuíram a oferta”, acrescentou Almeida.
Enquanto a alimentação fora do domicílio registrou uma alta de 0,34%, as despesas pessoais foram a única categoria a apresentar queda significativa, com uma redução de 0,31%. O subitem cinema, teatro e concertos teve uma queda expressiva de 8,75%, devido à “semana do cinema”, que ofereceu preços promocionais.
Regionalmente, todas as localidades pesquisadas mostraram resultados positivos em setembro. Goiânia teve a maior variação, com 1,08%, impulsionada pela alta da gasolina (6,24%) e da energia elétrica (4,68%). Em contraste, Aracaju apresentou a menor variação, de apenas 0,07%, devido a quedas nos preços de cebola (-25,07%) e tomate (-18,62%).