Um filhote de raposa do campo e um filhote de tamanduá-mirim são os mais novos animais em tratamento no Centro de Reabilitação e Triagem de Animais Silvestres (Cetras) do Bosque Fábio Barreto, em Ribeirão Preto (SP). Ambos foram resgatados recentemente com queimaduras nas patas, resultantes dos incêndios que continuam a afetar a região. Até o momento, 36 animais diferentes já foram atendidos pelo Cetras devido a esses incêndios.
O biólogo Otávio Almeida informou que a raposa, encontrada em São Joaquim da Barra (SP) com apenas um mês de vida, foi resgatada ainda com o cordão umbilical. “Faremos de tudo para que ela retorne ao ambiente natural, porém, existem muitos fatores que podem impedir isso. Estamos evitando ao máximo que ela se acostume com as pessoas e que exerça seu comportamento natural”, afirmou.
A expectativa é que a raposa permaneça em tratamento no Cetras por, pelo menos, nove meses. Nesse período, ela precisará aprender a se alimentar sozinha e receber tratamento médico para curar as feridas causadas pelas queimaduras.
Já o tamanduá-mirim, nomeado Tobias, foi resgatado da Estação Ecológica Jataí, em Luís Antônio (SP), que perdeu 73% de sua área devido a focos de incêndio. “Ele foi encontrado órfão, pois a mãe morreu, e ele é vítima da queimada, já que estava recebendo leite materno. Chegou ao Cetras hipoglicêmico e em processo de desnutrição. Estamos trabalhando na sua recuperação para que ele possa retornar à natureza em breve”, explicou o zootecnista Alexandre Gouvêa.
Segundo Gouvêa, se os filhotes não tivessem sido resgatados, suas chances de sobrevivência na natureza seriam nulas. “Com certeza, iriam a óbito. Poderiam até ser queimados ao procurar a mãe ou qualquer alimento”, concluiu.
A história desses animais reforça a importância do trabalho de resgate e reabilitação em meio a uma realidade marcada pelos incêndios e suas consequências devastadoras para a fauna local.