A construção civil enfrenta um desafio crescente em 2024: a escassez de mão de obra qualificada, que está elevando os custos de produção e, consequentemente, os preços dos imóveis. Especialistas apontam que a demanda aquecida por novos projetos imobiliários é uma das principais razões para a falta de trabalhadores experientes no setor.
Com o aumento da atividade no mercado imobiliário, muitos operários qualificados têm migrado para outros segmentos ou elevado suas expectativas salariais. Essa movimentação resulta em uma maior competição por mão de obra, fazendo com que as construtoras precisem oferecer salários mais altos para atrair novos profissionais.
A pandemia agravou essa situação, com muitos trabalhadores deixando a construção civil em busca de novas oportunidades. Atualmente, o setor enfrenta uma rotatividade alarmante, com taxas que chegam a 65,66%, superando a média de outros setores da economia.
Além disso, a modernização dos processos de construção, que exige conhecimento em novas tecnologias e equipamentos, tem dificultado ainda mais a contratação de profissionais adequados. Segundo Ely Wertheim, presidente-executivo do Secovi-SP, a industrialização da construção requer operários mais qualificados e treinados.
Os efeitos dessa escassez são evidentes. A pressão nos custos de construção está se refletindo diretamente nos preços dos imóveis, que já apresentam uma valorização significativa. O Índice FipeZap apontou um aumento de 0,71% nos preços de vendas em setembro, acumulando alta de 7,15% em um ano.
Para enfrentar essa crise, o setor está investindo em treinamento e parcerias com instituições como o Senai, além de realizar pesquisas para entender melhor as motivações dos trabalhadores. A esperança é que esses esforços ajudem a atrair novos profissionais e estabilizar o mercado da construção civil nos próximos anos.