A convivência de crianças com animais traz uma série de benefícios para a saúde física e mental, além de ser uma forma eficaz de afastar a atenção das telas. Segundo o neuropediatra Eduardo Jorge Custódio da Silva, da Sociedade Brasileira de Pediatria, ter pets em casa pode ser especialmente benéfico para crianças no espectro autista, ajudando na interação social.
“Um bicho funciona, muitas vezes, como uma ponte. A criança consegue ter algum tipo de relacionamento com esse animal, mesmo aquelas com nível de suporte alto. Por exemplo, uma criança que não sai de casa, ela sai de casa com esse cachorro; essa é uma forma de quebrar a rotina”, comentou Eduardo Jorge em entrevista ao podcast Bem-Estar. Ele também destacou que pets podem ajudar crianças com transtorno de déficit de atenção a desenvolverem rotina e senso de responsabilidade.
O médico listou diversos benefícios da relação entre crianças e animais de estimação, incluindo:
- Desenvolvimento do senso de responsabilidade ao cuidar, passear, alimentar e brincar com o animal;
- Aumento da empatia;
- Prática de atividade física ao brincar e passear com o pet;
- Um recurso adicional para afastar crianças das telas;
- Lidar com a finitude da vida, já que os pets costumam viver menos;
- Sensação de prazer e recompensa proporcionada pela convivência.
“Conviver com animais é excelente para qualquer um de nós — adultos, crianças ou idosos. Mas, para crianças, é especialmente importante. Quando somos jovens, temos uma grande quantidade de neurônios, que são as células do nosso cérebro, que não se reproduzem, mas se interconectam. Relações pessoais, como tocar, sentir o cheiro ou correr junto, fazem novas conexões no cérebro, essenciais para o desenvolvimento”, explicou.
Eduardo Jorge também ressaltou a importância de que a interação entre crianças e animais ocorra sempre sob a supervisão de um responsável, para garantir a segurança tanto das crianças quanto dos pets. Ele pediu atenção especial ao cuidado com recém-nascidos durante essas interações.