O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apreendeu, no último dia 28 de outubro, 10.500 kg de arroz (equivalentes a 2.119 pacotes de 5 quilos) que estavam sendo comercializados de forma fraudulenta em um supermercado de Araraquara, no interior de São Paulo. O produto estava rotulado como arroz tipo 1, mas na realidade, o arroz era do tipo 3, o que caracteriza uma fraude ao consumidor.
O arroz estava sendo vendido com uma embalagem indicando que era do tipo 1, que é considerado de maior qualidade, mas os fiscais do Mapa descobriram que, na prática, ele apresentava quase 24,5% de grãos quebrados e quirera, características típicas do arroz tipo 3. Essa adulteração foi identificada durante a fiscalização realizada na rede de supermercados da cidade. A responsabilidade pela irregularidade foi atribuída à empresa do Rio Grande do Sul que embala o arroz, mas nem a marca do produto nem a identidade da empresa foram divulgadas pelas autoridades.
Fraude e impacto no consumidor
O arroz tipo 1 é o mais valorizado no mercado, pois é considerado mais “soltinho” após o cozimento, devido à menor quantidade de grãos quebrados e outras impurezas. Já o arroz tipo 3, que é inferior em termos de qualidade estética, tem maior presença de grãos danificados e quebrados, o que resulta em um arroz mais “pegajoso” depois de cozido.
Segundo Andressa Silva, diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), todos os tipos de arroz (1 a 5) têm o mesmo valor nutricional, mas o tipo 1 é o preferido pelos consumidores por ser mais solto e menos pegajoso. “O maior prejudicado com a venda de arroz com a classificação errada é o consumidor, que tem o direito de saber o que está comprando e acaba pagando mais por um produto inferior”, afirmou Andressa.
A fraude é considerada grave, pois além de enganar os consumidores sobre a qualidade do produto, também os prejudica financeiramente, já que o arroz tipo 1 tem um preço mais elevado que o tipo 3.
O que define os tipos de arroz?
O arroz é classificado em tipos de 1 a 5, de acordo com a qualidade dos grãos. A classificação leva em conta a presença de impurezas, grãos amarelados, danificados, quebrados, rajados ou ardidos. Quanto maior o número, maior a quantidade desses defeitos.
Essas classificações se aplicam a arroz branco (ou polido), integral e parboilizado. No caso do arroz branco, o tipo 1 é o mais limpo e com menor quantidade de grãos quebrados ou impurezas. O tipo 3, por sua vez, apresenta um maior número de grãos danificados e quebrados, o que compromete a textura e qualidade do arroz após o cozimento.
Próximos passos e fiscalização
O Mapa informou que a apreensão do produto é uma medida para proteger o consumidor de fraudes e garantir que as normas de qualidade sejam respeitadas. O caso está sendo investigado, e a empresa responsável pela embalagem do arroz poderá ser penalizada.
Os consumidores que adquiriram o produto fraudado podem procurar o supermercado para buscar informações sobre reembolso ou troca, e a fiscalização continua para garantir que irregularidades como esta não se repitam.
A ação também serve de alerta para os consumidores, que devem sempre verificar as informações na embalagem, como o tipo de arroz, para garantir que estão comprando o produto que corresponde às suas expectativas e ao preço pago.