O número de casos e mortes por gripe (Influenza A e B) em Campinas (SP) já ultrapassou o total registrado em todo o ano de 2023, com aumento de 73% nos casos e uma alta nas mortes. Até outubro de 2024, a cidade já contabiliza 290 infectados e 23 óbitos, enquanto em 2023, foram 167 casos e 12 mortes.
Os dados, fornecidos pela Secretaria de Saúde de Campinas, mostram que a maior parte das vítimas fatais deste ano possuía comorbidades e não estava vacinada. Apesar do aumento em números absolutos, a taxa de mortalidade permanece estável em torno de 7% tanto em 2023 quanto em 2024.
A médica Elda Motta, do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), explica que esse aumento é global e reflete um processo de reorganização de hábitos pós-pandemia, quando as pessoas retornaram aos comportamentos anteriores à COVID-19, como a maior circulação social e a diminuição do uso de máscaras. Esse cenário tem favorecido a disseminação do vírus, especialmente em um momento em que a população não está mais tomando os cuidados preventivos com a mesma intensidade.
Vacinação e Prevenção
Um dos principais fatores apontados para o aumento dos casos é a cobertura vacinal insuficiente. Embora Campinas tenha índices acima da média estadual e nacional, ainda é considerada baixa a adesão, especialmente entre gestantes e puérperas, com taxas de vacinação de 38,22% e 25,26%, respectivamente. A vacinação continua disponível nos centros de saúde da cidade e a recomendação das autoridades de saúde é para que a população complete o esquema vacinal da gripe, além de manter práticas de higiene, como lavar as mãos regularmente.
A situação preocupa, e as autoridades de saúde alertam para a importância de se vacinar e adotar medidas preventivas, principalmente com a chegada dos meses mais frios, quando o risco de propagação do vírus tende a aumentar.