O Brasil recebeu, nesta terça-feira (12), a recertificação da eliminação do sarampo, rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). O país havia sido classificado como livre do sarampo em 2016, mas perdeu o certificado em 2019 após surtos da doença. Agora, com a eliminação de casos autóctones desde junho de 2022, o Brasil retorna à lista de países livres do sarampo.
A última recertificação foi conquistada após o Brasil demonstrar que não houve transmissão do vírus do sarampo em território nacional durante pelo menos um ano, além de comprovar avanços em seu programa de vacinação, vigilância epidemiológica e resposta a casos importados. O infectologista Renato Kfouri, presidente da Câmara Técnica do Brasil de Verificação da Eliminação do Sarampo, destacou a intensificação da vigilância e o aumento das coberturas vacinais como fatores-chave para a recuperação do status de país livre da doença.
Recuperação após surtos
O Brasil enfrentou surtos significativos entre 2018 e 2019, com 10.374 casos registrados e o pico de infecções alcançado em julho de 2018, com quase 4 mil casos. No entanto, desde junho de 2022, o país não registrou mais casos autóctones (transmitidos dentro do território nacional), o que permitiu a recertificação da OPAS.
Apesar da boa notícia, especialistas alertam que a vigilância continua necessária para manter o país livre do sarampo, uma vez que o vírus ainda circula em outras partes do mundo. O sarampo é uma doença altamente contagiosa e pode causar complicações graves, como pneumonia, encefalite e até morte. A forma mais eficaz de prevenção é a vacinação.
Vacinação continua sendo a chave
O sarampo pode ser evitado por meio da vacina tríplice viral, que também protege contra rubéola e caxumba. A vacina está disponível na rede pública de saúde para pessoas de 12 meses a 59 anos. A cobertura vacinal da primeira dose, que em 2016 era superior a 95%, caiu para 74% em 2021, mas já alcançou 91% em 2024. A segunda dose da tríplice viral, que também sofreu queda nos últimos anos, tem apresentado crescimento e já superou 80%.
Kfouri enfatizou que, para manter o país livre do sarampo, é fundamental que a população continue se vacinando. “Se conseguirmos manter a população vacinada, nos manteremos livres do sarampo”, alertou o infectologista.
Portanto, embora o Brasil tenha recertificado sua eliminação do sarampo, a vigilância constante e a manutenção de altas coberturas vacinais continuam sendo essenciais para evitar o retorno da doença.