A cantora Ludmilla e a dançarina Brunna Gonçalves compartilharam a alegria da gravidez do primeiro filho do casal durante um show da turnê “Numanice 3”, em São Paulo, no último sábado (9). Em uma entrevista exibida no dia anterior, as duas revelaram que o bebê foi concebido por meio de fertilização in vitro, utilizando o método Ropa, que permite que ambas participem ativamente da gestação.
O método Ropa, sigla para “recepção de oócito da parceira”, envolve a fecundação de um óvulo de uma das mulheres com esperma doado, e a implantação do embrião no útero da outra mulher, que será a gestante. Dessa forma, uma das mulheres contribui com os óvulos, enquanto a outra assume a gestação. No caso de Ludmilla e Brunna, Ludmilla forneceu o óvulo, e Brunna será a mãe biológica da criança.
Este tipo de fertilização tem ganhado cada vez mais adeptos entre casais homoafetivos, proporcionando uma forma de ambos os parceiros se envolverem no processo de gerar uma criança. O ginecologista e especialista em reprodução humana, Fernando Prado, explica que, embora o bebê tenha a carga genética da mãe que doou os óvulos, pode haver características epigenéticas da mãe gestante, como traços físicos ou preferências alimentares, mas que isso não pode ser detectado em testes de DNA.
O estudo de fertilização in vitro realizado pelo casal é uma das formas de reprodução assistida que tem se popularizado nos últimos anos. O processo envolve a coleta e fecundação dos óvulos fora do corpo, e, em seguida, a implantação dos embriões no útero. De acordo com o ginecologista Roberto de Azevedo Antunes, o tempo médio do processo de fertilização in vitro pode variar entre duas semanas e um mês, dependendo do caso.
Além disso, os especialistas alertam sobre alguns riscos que podem ocorrer durante o processo, como a gestação múltipla (gravidez de gêmeos ou mais bebês), que pode acarretar complicações tanto para a mãe quanto para os bebês, e a síndrome de hiperestímulo ovariano, uma condição rara e potencialmente perigosa.
Com o anúncio, Ludmilla e Brunna celebram a concretização de um sonho e também contribuem para a visibilidade das famílias homoafetivas, além de enfatizarem a importância dos avanços na medicina reprodutiva.