O Brasil se prepara para o período de alta temporada de verão, com festas de fim de ano, confraternizações e férias escolares a caminho. O Ministério do Turismo está otimista com a expectativa de aumento nas viagens, no número de turistas e no faturamento do setor. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025, o setor turístico brasileiro deve registrar um faturamento de R$ 157,74 bilhões, marcando a maior receita dos últimos dez anos.
Esse crescimento, que representa um aumento de 1,7% em relação à temporada anterior, é especialmente importante, pois os quatro meses de alta temporada correspondem a cerca de 44% da receita anual dos serviços e produtos turísticos no país.
Destaques regionais e setores mais aquecidos
A análise da CNC aponta que os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais devem concentrar a maior parte do faturamento do setor. São Paulo lidera, com uma previsão de R$ 51,4 bilhões, seguido pelo Rio de Janeiro (R$ 19,0 bilhões) e Minas Gerais (R$ 17,2 bilhões), somando juntos 55,5% da receita estimada para o período.
Os turistas devem destinar uma grande parte dos seus gastos a bares e restaurantes, que devem movimentar cerca de R$ 70,67 bilhões. O transporte rodoviário também é uma grande expectativa de crescimento, com faturamento projetado em R$ 37,55 bilhões. O transporte aéreo e a hospedagem também apresentam perspectivas positivas, especialmente após a queda de 14,7% nos preços das passagens aéreas em setembro de 2024, conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Geração de empregos temporários
O impacto da alta temporada no mercado de trabalho será significativo. A CNC estima que 76,5 mil vagas temporárias serão criadas entre outubro de 2024 e janeiro de 2025 em empreendimentos ligados ao turismo no Brasil. Se confirmado, esse será o melhor desempenho para o período desde 2015. O salário médio das contratações temporárias deve atingir R$ 1.842.
Entre os segmentos que mais deverão demandar mão de obra temporária estão a alimentação, com 54,2 mil vagas, seguido pelo transporte, com 10,6 mil vagas, e a hospedagem, com 8,4 mil vagas. O setor de turismo, que já emprega 3,51 milhões de trabalhadores formais, continua a mostrar recuperação e crescimento, com um aumento de 7,9% em relação ao período pré-pandemia.
Projeções de contratações temporárias e qualificação profissional
De acordo com a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), o setor de turismo deve ser responsável por uma parte significativa das vagas temporárias previstas para o último trimestre de 2024. A estimativa é que 35% das 450 mil vagas temporárias criadas no país estejam no setor de serviços, no qual o turismo tem um papel destacado.
Para atender a essa demanda, o Ministério do Turismo oferece cursos de qualificação voltados para os profissionais da cadeia produtiva do turismo, visando melhorar o atendimento aos turistas nacionais e estrangeiros durante a alta temporada. As inscrições para as capacitações estão abertas no site do Ministério do Turismo.
Com o crescimento das receitas e a ampliação das contratações temporárias, o setor de turismo brasileiro se prepara para um dos melhores verões dos últimos anos, impulsionado pela movimentação de turistas e a geração de novas oportunidades de trabalho.