Em um estudo recente publicado no British Journal of Sports Medicine, pesquisadores descobriram que ser tão ativo quanto os 25% mais ativos da população dos Estados Unidos poderia aumentar a expectativa de vida em pelo menos cinco anos. A pesquisa destaca a importância de incluir mais movimento na rotina diária e os benefícios que a atividade física tem para a longevidade.
O estudo foi liderado pelo Dr. Lennert Veerman, professor de saúde pública na Universidade Griffith, na Austrália, que ficou surpreso ao perceber que a perda de anos de vida devido a baixos níveis de atividade física nos Estados Unidos pode ser comparável aos efeitos negativos do tabagismo e da pressão alta.
Menos Atividade, Menos Expectativa de Vida
Os pesquisadores basearam suas descobertas em dados de adultos com 40 anos ou mais que participaram da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (2003-2006), usando acelerômetros, dispositivos que monitoram a atividade física. O estudo constatou que os homens e mulheres nos níveis mais baixos de atividade, correspondentes a caminhar por cerca de 49 minutos por dia, perdem em média 5,8 anos de vida.
Em contrapartida, aqueles que atingem os níveis de atividade do quartil superior, equivalente a cerca de 160 minutos de movimento diário, podem viver até 5,3 anos a mais, o que elevaria a expectativa de vida de 78 para 83,7 anos.
Mais Movimento, Mais Anos de Vida
Além de analisar os dados populacionais, o estudo também projetou os efeitos individuais. Os autores descobriram que, se os indivíduos menos ativos aumentassem sua atividade diária em 111 minutos, poderiam prolongar sua vida em até 11 anos. A pesquisa corrobora a ideia de que a atividade física regular está diretamente ligada à redução do risco de várias doenças crônicas, como doenças cardíacas, diabetes e câncer.
A Atividade Física Não Precisa Ser Intensa
Embora os resultados do estudo sejam impressionantes, os pesquisadores ressaltam que não é necessário praticar exercícios intensos ou passar horas na academia para colher os benefícios. O simples aumento na quantidade de movimento diário já pode fazer a diferença. Durante o estudo, foi observado que até atividades cotidianas como caminhar ao trabalho, subir escadas ou fazer pequenas pausas para alongamentos podem contribuir significativamente para a saúde.
O Dr. Andrew Freeman, especialista em saúde cardiovascular, enfatiza a importância de aproveitar qualquer oportunidade para se mover durante o dia. Ele sugere alternativas simples, como dar uma volta ao redor do quarteirão enquanto se espera algo ou substituir o tempo no celular por uma caminhada durante o almoço.
O Papel da Infraestrutura e da Sociedade
Para que mais pessoas possam alcançar esses níveis de atividade, o estudo também aponta a necessidade de uma mudança na infraestrutura urbana. Em muitos países europeus, por exemplo, as cidades foram projetadas para facilitar caminhadas, o que tem um impacto positivo na saúde da população. O Dr. Freeman sugere que os Estados Unidos, e outros países, devem investir mais em espaços públicos que incentivem a caminhada e o transporte ativo.
“Precisamos repensar como construímos nossas cidades e reduzir nossa dependência de carros. Isso não só ajudaria na saúde, mas também contribuiria para a redução dos custos com saúde pública,” afirma Veerman.
Movimento é a Chave para Uma Vida Longa
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os adultos precisam de pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada por semana, ou 75 a 150 minutos de exercício vigoroso. O estudo destaca que cada movimento conta, e mesmo pequenos ajustes no cotidiano podem fazer uma grande diferença na saúde e longevidade.
Embora a pesquisa tenha limitações, como o fato de se basear em dados antigos e não considerar mudanças nos níveis de atividade ao longo dos anos, os achados reforçam a importância da atividade física regular. A mensagem é clara: se tornar mais ativo pode não apenas melhorar sua saúde, mas também aumentar significativamente seus anos de vida.