Campinas (SP) segue em alerta máximo para a dengue, após registrar a maior epidemia da história da cidade em 2024. Com 120,4 mil casos confirmados e 80 mortes, a cidade se prepara para prevenir um cenário semelhante ou ainda mais grave em 2025, diante de fatores como a circulação dos três sorotipos do vírus e a dificuldade em controlar os criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Entre janeiro e novembro deste ano, Campinas enfrentou uma explosão de casos, com destaque para o segundo semestre, quando a cidade registrou 3,6 mil confirmações de dengue, uma alta significativa em comparação aos 662 casos do mesmo período em 2023. A circulação simultânea dos sorotipos 1, 2 e 3 e as condições climáticas, como ondas de calor sucessivas, foram apontadas como causas principais para o surto. Segundo pesquisa da Unicamp, o aumento de 1ºC nas temperaturas pode resultar em até 40% mais casos da doença.
Plano de ação expandido e novas parcerias
Em resposta ao alto índice de casos e à dificuldade de combater os focos do mosquito, a Prefeitura de Campinas anunciou a ampliação das medidas de combate à dengue. Além das ações já em curso em 2024, como mutirões, nebulização e visitas a imóveis, novas parcerias e estratégias foram implementadas. A cidade agora conta com a colaboração da Polícia Federal, que utilizará imagens de satélite para localizar possíveis criadouros, e também com inteligência artificial para convocar 9,2 mil crianças e adolescentes com doses atrasadas da vacina. A CPFL também se juntou à campanha, enviando mensagens educativas através das contas de energia.
Dificuldade no controle de criadouros
Outro desafio importante enfrentado pelas autoridades municipais é o acesso aos imóveis para remoção dos criadouros. De acordo com o Devisa, 75% dos focos do mosquito estão em residências, e em metade desses imóveis, os agentes não conseguem entrar por falta de autorização dos moradores ou pela ausência deles. Para contornar isso, a prefeitura vai utilizar chaveiros para acessar imóveis com fortes suspeitas de focos do Aedes aegypti.
Medidas preventivas e orientações
Apesar do fim do estado de emergência, Campinas ainda se encontra em estado de epidemia, com a vigilância constante sobre a doença. A Secretaria de Saúde recomenda que qualquer pessoa com sintomas como febre alta, dores no corpo e manchas vermelhas na pele busque atendimento médico imediatamente. A população também deve seguir uma série de medidas preventivas, como o uso de telas de proteção em janelas, a eliminação de focos de água acumulada e o uso de repelentes.
Sinais de alerta
A dengue pode se agravar, levando ao risco de óbito, caso não seja tratada adequadamente. Por isso, é fundamental que os moradores fiquem atentos aos sinais de alarme, como dor abdominal forte, vômitos, sangramentos e sensação de desmaio. A recomendação é que, ao apresentar esses sintomas, o paciente procure um centro de saúde para diagnóstico e tratamento imediato.
Com o reforço das ações de controle e prevenção, a cidade busca evitar que o próximo ano seja marcado por um novo pico da epidemia de dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como a zika e a chikungunya.