Na quarta-feira (20), a Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou imagens inéditas capturadas pela sonda Solar Orbiter, que apresentam detalhes impressionantes da superfície e da atmosfera do Sol. As imagens, feitas com a maior resolução já alcançada até hoje, revelam novos aspectos do astro, permitindo avanços significativos no estudo da dinâmica solar.
As imagens divulgadas pela ESA incluem quatro registros que capturam diferentes características do Sol, entre eles, sua superfície visível, a fotosfera, e a coroa solar, sua atmosfera externa. Esses registros foram feitos quando a sonda estava a apenas 74 milhões de quilômetros do Sol, permitindo uma visualização mais detalhada da atividade solar, como os movimentos do plasma e as manchas solares.
Essas imagens não são as primeiras obtidas pela Solar Orbiter, mas agora, com melhorias nos métodos de processamento de dados e nas técnicas de união das fotos, os cientistas puderam criar um mosaico que integra fotos em alta definição tiradas durante mais de quatro horas de observação. Com isso, foi possível capturar detalhes nunca antes vistos, tanto da superfície quanto da atmosfera solar.
Miho Janvier, especialista em física solar e espacial da ESA, comentou sobre as imagens: “O Sol é uma estrela muito dinâmica, com uma superfície borbulhante e uma atmosfera em constante transformação. O material solar e o campo magnético estão sempre evoluindo, e as imagens recém-divulgadas mostram detalhes incríveis dessas escalas espaciais.”
Imagens revelam novos detalhes sobre a dinâmica solar
As imagens mostram, entre outros detalhes, o movimento do plasma nas manchas solares, que são as regiões mais ativas do Sol, e o comportamento do campo magnético. Um dos destaques das imagens é a coroa solar, que é mais quente que a própria superfície do Sol. As temperaturas da coroa chegam a milhões de graus Celsius, enquanto a fotosfera, sua superfície, atinge “apenas” 5.500 graus Celsius.
A Solar Orbiter também capturou mapas do campo magnético do Sol, revelando como as linhas do campo se organizam nas manchas solares e ajudando os cientistas a entender melhor as tempestades solares. Além disso, a sonda registrou a velocidade do material na superfície solar, mostrando a rotação do Sol e a expulsão de material das manchas solares, um fenômeno conhecido como fluxo Evershed.
Imagens da coroa solar e perspectivas futuras
Além dos registros da superfície do Sol, a Solar Orbiter também conseguiu capturar imagens da coroa solar em luz ultravioleta. Essas imagens foram combinadas para fornecer uma visão mais detalhada da atmosfera externa do Sol, permitindo aos cientistas entender melhor como o plasma solar interage com o campo magnético da estrela e como isso afeta fenômenos como as tempestades solares.
Janvier destacou a importância dessa missão, afirmando que, com a Solar Orbiter, foram alcançados marcos importantes no estudo do Sol. A sonda continuará suas observações até 2025, quando mudará sua órbita para observar os polos solares e melhorar a compreensão sobre a origem dos ventos solares mais rápidos e do comportamento do campo magnético solar.
Explorando o Sol como nunca antes
As novas imagens divulgadas pela Solar Orbiter são um avanço notável na exploração solar, fornecendo dados inéditos que são essenciais para entender o comportamento do Sol e como suas atividades afetam o clima espacial. A missão continua a fornecer informações valiosas para a ciência solar, com novos planos de observação sendo propostos constantemente.