A partir desta segunda-feira (2), o Brasil começa a contar com a operação da principal faixa do 5G, conhecida como 5G standalone (SA), em todo o território nacional. Com isso, as operadoras de telecomunicações podem ativar a tecnologia em qualquer cidade do país, embora a implementação não aconteça de forma imediata em todas as regiões.
A ativação do 5G SA é um marco importante, mas a plena cobertura em todo o Brasil deve ocorrer até 2029, conforme estipulado no edital do leilão do 5G, realizado em 2021. Essa tecnologia promete uma transformação significativa na velocidade da internet móvel. Enquanto o 4G oferece uma média de 19,8 Mbps, o 5G pode atingir velocidades entre 1 e 10 Gbps, representando um aumento de até 100 vezes em relação à geração anterior.
Na última terça-feira (26), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Entidade Administradora da Faixa (EAF) concluíram o processo de “limpeza” da faixa de 3,5 GHz, que antes era utilizada por serviços de satélites e radiodifusão, como as antenas parabólicas. Essa limpeza foi necessária para garantir que não houvesse interferência no sinal do 5G, permitindo sua ativação sem riscos. Com isso, as operadoras podem, finalmente, ativar o 5G SA de forma plena.
Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis Brasil Digital, que representa as operadoras, destacou o cumprimento do cronograma estabelecido: “A liberação da faixa de 3,5 GHz é o primeiro passo necessário para a chegada do 5G. O edital do 5G fixou um cronograma de instalação da nova tecnologia, que tem sido cumprido e mesmo antecipado pelas operadoras.”
Benefícios do 5G Standalone
O 5G SA oferece diversas melhorias em relação às versões anteriores da tecnologia. Inicialmente, os usuários podiam se conectar ao 5G nas versões “non-standalone” (NSA), que utilizam parte da infraestrutura do 4G. Outra modalidade, o “DSS” (Compartilhamento Dinâmico de Espectro), também foi promovida como 5G, mas na prática ainda depende do 4G.
O 5G SA se destaca pela “ultrabaixa” latência, que reduz drasticamente o tempo de resposta entre o dispositivo e os servidores de internet. No 4G, a latência pode ser de 50 a 70 milissegundos, enquanto no 5G ela pode variar de 1 a 5 milissegundos. Isso implica em uma redução de 10 vezes no tempo necessário para que uma informação percorra a rede.
Além disso, o 5G SA tem a capacidade de conectar muito mais dispositivos simultaneamente, o que permitirá a evolução de diversas áreas, como indústria, telemedicina, realidade virtual e carros autônomos. A conexão também será mais confiável, pois o aparelho poderá se conectar a várias antenas ao mesmo tempo, aumentando a robustez e a estabilidade da rede.