Em pronunciamento em rede nacional na noite deste domingo (6), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um apelo para que pais e responsáveis vacinem seus filhos contra a poliomielite. A taxa de vacinação contra a doença no país está inferior a 70% – distante da meta do Ministério da Saúde, de imunizar 95% das crianças abaixo de 5 anos.
Queiroga citou a baixa adesão à Campanha Nacional de Vacinação realizada entre 7 de agosto e 30 de setembro deste ano, e reforçou que as vacinas continuam disponíveis nos postos.
A baixa adesão à vacinação acende um alerta para o risco de volta da doença já erradicada no Brasil. O último caso de poliomielite no país foi detectado em 1989. Cinco anos depois, em 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) certificação de área livre da doença.
O ministro afirmou que é possível atingir a meta de vacinação, mas que, para isso, “é necessário o engajamento dos gestores de saúde e da sociedade civil”. Ele citou como exemplo os estados da Paraíba e do Amapá, que vacinaram mais de 90% do público-alvo.
Queiroga falou também sobre o Plano Nacional de Resposta à Poliomielite, que será implementado pelo Ministério da Saúde em conjunto com estados e municípios, com o objetivo de manter a erradicação do vírus da pólio.
O plano, lançado oficialmente na última terça-feira (1º), tem como base o fortalecimento da vigilância epidemiológica e laboratorial, informou.
A poliomielite, também chamada de “paralisia infantil”, é uma doença infectocontagiosa transmitida por um vírus. Ela é caracterizada por um quadro de paralisia flácida.
O início é repentino e a evolução do déficit motor ocorre, em média, em até três dias. A doença acomete, em geral, os membros inferiores, de forma assimétrica, e tem como principal característica a flacidez muscular.
De acordo com a Fiocruz, a doença é causada pelo poliovírus, “que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia”.