Moradoras que estão abrigadas no Ginásio de Esportes “Ronaldão” após terem suas casas inundadas pela cheia do Rio Capivari, em Capivari (SP), relataram perdas e transtornos na manhã desta quinta-feira (29). Ao todo, 34 famílias ficaram desabrigadas na cidade e foram alojadas pela prefeitura no local e em uma escola.
Às 11h18 desta quinta-feira (29), o nível do rio era de 2,46 metros. Ele transborda em alguns pontos a partir de 2 metros, mas seu nível normal é de 80 centímetros. Segundo a Defesa Civil da cidade, a tendência ainda é de elevação.
Entre os desabrigados, 18 famílias – totalizando 62 pessoas – foram alojadas pela prefeitura na Escola Municipal Aldo Silveira, e 16 famílias – totalizando 47 pessoas – estão no ginásio “Ronaldão”.
A dona de casa Isabel Cristina de Paula já tinha passado pelos mesmos transtornos no início do ano. “Na primeira [enchente] deu para salvar alguma coisa. O que sobrou, agora, na segunda acho que eu perdi tudo”, lamentou.
Ela elenca o que ficou para trás na casa tomada pelas águas do rio. “Ficou guarda-roupas, cômoda, armário, mesa, cadeiras. A geladeira eu consegui levar para a casa do meu menino. Tiraram à noite, no meio da água mesmo. Mas roupa, calçados, minha gata, minha máquina de lavar roupas, tanquinho, ficou tudo lá”.
Moradora do bairro Moreto, um dos mais afetados, a dona de casa Teresa Maria da Silva foi para o abrigo com os netos. “Trouxe o sofá cama do meu menino, aqui é da minha nora, e as roupas”. Seu relato também revela que já conhece a rotina da região durante as chuvas intensas. “Passa uns dois, três dias aqui e depois volta. Mas diz que vai descer mais água, né?”.
O prefeito de Capivari, Vitão Riccomini, afirmou que, por enquanto, a situação está sob controle Defesa Civil conseguiu tirar as famílias antes que a água subisse tanto.
“Não vamos esperar chegar a água no portão de casa para querer sair, porque a logística torna-se impossível você conseguir atender a todos ao mesmo tempo. Que a gente consiga retirar e auxiliar essas famílias, para diminuir o impacto. E depois a prefeitura vai entrar com suas equipes de limpeza para devolver a normalidade no nosso município”
A prefeitura comunicou está disponibilizando caminhões para mudança e abrigos, com toda assistência necessária, com acompanhamento de assistentes sociais, local para higiene e alimentação.
Abastecimento comprometido
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto informa que devido ao aumento do nível do Rio Capivari, alguns equipamentos elétricos presentes nas unidades de abastecimento hídrico foram desativados por prevenção.
Diversos bairros do município poderão apresentar falta de água ao longo do dia. Devido à isso, a autarquia disponibilizará caminhões-pipa para amenizar os danos recorrentes às enchentes, até que a situação se normalize.
Pontos de alagamento
Até a última atualização a cidade tinha 16 pontos de alagamento:
- Ponte da Rua Piracicaba (Bosque dos Pinheiros)
- Rua Padre Haroldo (Juventus)
- Rua Miguel Assad com a Rua 9 de Julho (Nova Aparecida)
- Rua João Vaz com Antônio Pires (Centro)
- Rua João Moretti (Moreto)
- Rua Carlos Pinto Antunes (Santa Rita de Cássia)
- Rua Bruno Rocco (Santa Rita de Cássia)
- Rua João Nicolucci (Santa Rita de Cássia)
- Rua Antônio de Campos Bicudo (Santa Rita de Cássia)
- Rua Antônio Bocchio (São Marcos)
- Rua Tiradentes (Centro)
- Rua Hermínio José Panserini (Padovani)
- Rua José Maschietto (Estação)
- Rua 31 de Março (Nova Aparecida)
- Rua Antônio de Campos Bicudo (Santa Rita de Cássia)
- Rua Bento Dias (Centro)
Trecho da Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Rosa Amádio Balan, do bairro Vila Balan, foi parcialmente interditado pela Defesa Civil devido a um deslizamento de terra causado pelas fortes chuvas. Segundo o órgão, o trecho não oferece riscos e a Emei está fechada devido às férias escolares.
“O local já estava em obras e com todo o material comprado, mas por conta das fortes chuvas, a Defesa Civil decidiu interditar para evitar acidentes e seguirá acompanhando”, informou a administração municipal.
Também segundo a prefeitura, as comportas da Barragem Leopoldina foram abertas 100% em sua totalidade no dia 1º de dezembro, para tentar reduzir o impacto da chegada das águas.
Todas as pessoas que precisarem de ajuda, devem entrar em contato com a Defesa Civil pelo 199 ou através do telefone (19) 3492-3186. A Guarda Civil atende pelo 153, 24 horas por dia, sete dias por semana. O Corpo de Bombeiros atende pelo 193.