O preço do aluguel residencial em Campinas (SP) aumentou três vezes mais que a inflação no ano passado. De acordo com um levantamento divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o percentual de alta na metrópole, principalmente relacionado a apartamentos, ficou em 19,68%.
O número é três vezes maior que a inflação de 2022, que fechou em 5,79%. Além disso, o crescimento em Campinas bateu a média nacional, de 16,55%, que já havia sido a maior alta em 11 anos. O aumento na cidade supera o de capitais como São Paulo (14,63%), maior município do país, além de Rio de Janeiro (subiu 17,93%), Recife (17,07%), Salvador (16,56%) e Porto Alegre (11,14%).
De acordo com corretores de imóveis da metrópole, as razões para o aumento são o aquecimento do mercado de trabalho, valorização imobiliária, a alta procura por imóveis após o período mais agudo da pandemia, e o acúmulo da inflação. A tendência é que, com o controle inflacionário, o índice comece a regredir,
“O que acontece é o seguinte: Campinas é um polo de grandes investimentos do mercado imobiliário. Então, o que acontece é que muitas construtoras estão empreendendo de maneira bem tecnológica, com imóveis bons. E isso atrai um público diferenciado, a pessoa quer realmente pagar pelo que o imóvel oferece”, disse o corretor de imóveis Gilson Mendes.
Dependendo da localização, o valor médio do metro quadrado em Campinas é de R$ 25, segundo o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP). Ou seja, o aluguel de um apartamento de 50 metros quadrados ficaria em R$ 1.250, sem o valor do condomínio.
“Estamos sem imóvel residencial para locação, dependendo a localização. Chácara Primavera, Barão Geraldo, Taquaral, Cambuí, São Quirino, essas localidades estão em falta”, disse o delegado regional do Creci-SP, José Carlos Sioto.