O surgimento de espuma densa em um lago causou a morte de uma série de peixes, entre terça-feira (24) e esta quarta (25), em Piracicaba. A família proprietária da área rural registrou boletim de ocorrência e busca um acordo com a empresa que aponta como responsável pela irregularidade. A empresa diz que apura se há responsabilidade de um de seus prestadores de serviços.
A mortandade começou no Sítio São Francisco, no bairro Godinho. A espuma branca chega a dificultar a visualização da água e o cheiro é forte. A dona do sítio conta que percebeu essa situação por volta das 15h da segunda.
“O lago é natural, a gente pesca aqui, a gente pula nele, a gente brinca aqui no lago. De repente, apareceu essa espuma branca e marrom. A gente acionou a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e eles vieram aqui. Eles não estão querendo emitir o laudo da água. Eu acabei fazendo um boletim de ocorrência contra isso porque eu preciso do laudo para saber o que está acontecendo na água”, explica a sitiante Mariana Aparecida Gibin.
Segundo ela, teriam dito que se trata de vinhaça, resíduo gerado pela produção de etanol, na etapa de destilação do álcool.
Advogado da família dona da propriedade, Eduardo Oliveira Bortoleto confirmou o registro de boletim de ocorrência por falta do laudo.
“[Servidores da Cetesb] fizeram algumas coletas e, no dia seguinte, eles apareceram aqui com uma empresa para fazer a drenagem do tanque sem querer fornecer qualquer laudo, sem fornecer número de protocolo e nem nada. Eles falaram que não era necessário e foram totalmente arbitrários na decisão deles. Então, os clientes assustados não aceitaram a drenagem do tanque, eles queriam saber o que estava acontecendo, o que era a substância”, explicou o defensor.
Ele informou que a empresa é a Raízen e que a notificou para buscar uma solução. “Estamos em negociação. Até o momento eles não nos deram nenhum retorno, mas a gente está esperando para ver o que essa empresa vai falar e também já vamos notificar a Cetesb para saber porque não estão fornecendo esse laudo”.
A Raízen informou que essa situação não foi ocasionada pelas suas operações industriais, mas que está investigando se decorreu da atividade de um dos seus prestadores de serviço.
Questionada, a Cetesb não emitiu posicionamento até a última atualização desta reportagem.