Em meio às dificuldades financeiras, um comerciante de Indaiatuba (SP) passou por duas horas de apreensão e sufoco, nesta semana, após receber R$ 25 mil em dinheiro pela venda de um carro com objetivo de colocar as contas em dia, mas ver todo valor ir literalmente para o lixo. Isso porque as notas pagas pelo comprador do veículo foram guardadas em um saco plástico que acabou descartado por engano pela faxineira da loja de móveis onde ele trabalha no Jardim Morada do Sol.
Um dos integrantes do grupo que “salvou” o comerciante é o amigo de adolescência e gestor de resíduos no aterro da cidade, Rogério Simões Marques, de 50 anos. Ao g1, ele contou que o amigo, que prefere não ser identificado, decidiu guardar o dinheiro em um saco por volta das 19h de terça-feira (25) ao ponderar que seria mais seguro do que sair do local com o valor em espécie, e ao temer eventual furto ou roubo do comércio à noite e concluir que seria uma forma de esconder o dinheiro.
A faxineira que chegou ao local antes do comerciante na manhã de quarta-feira, porém, desconhecia a ideia do colega de trabalho e colocou o saco com o dinheiro na rua entre os demais descartados.
“Ele chegou na loja por volta das 9h, perguntou do lixo, e ela respondeu. ‘Coloquei na rua e o caminhão acabou de passar’ […] Ele me ligou chorando pedindo: ‘Me ajuda, pelo amor de Deus'”, explicou Rogério sobre o descarte por engano às 8h30.
O gestor explicou que, a partir daí, entrou em contato com a empresa responsável pela coleta para rastrear o veículo e os dois foram informados que o caminhão chegaria por volta das 10h ao aterro. Com isso, houve tempo para combinar que o veículo ficaria em uma área separada para despejar o material, em vez de misturar ao espaço que recebe lixo de Indaiatuba e mais cidades da região.
Buscas por 1h e felicidade
No local, contou Rogério, ele e mais cinco pessoas – Anderson, Claudio, Ramon, Edison, Renan – fizeram buscas durante uma hora até achar o dinheiro no caminhão misturado a quase 3 toneladas de lixo.
“Foi possível identificar o saco onde estava o dinheiro porque a empregada contou que havia colocado fita crepe na área externa […] Por dez minutos ele não perde tudo. Foi uma felicidade de todos, ele chorou, é um dinheiro que ele iria pagar contas […] A empregada também estava desesperada e depois ele passou na loja para abraçá-la”, relatou Rogério.
Segundo o gestor, o amigo deu R$ 1 mil para o grupo do mutirão dividir entre os participantes como valor simbólico pela ajuda na recuperação do pacote.