A região de Piracicaba (SP) registrou nos últimos dez anos uma média de um estupro a cada 41 horas, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Foram 2.143 registros em 18 cidades da área de cobertura, entre 2013 e 2022.
Apesar do dado alarmante, as cidades da região registraram queda nos casos nos últimos dez anos, conforme os dados da SSP. No período, o ano com maior número de registros foi 2013, quando a região teve 253 casos, e com menor número foi 2022, com 171 casos.
Os dados levam em conta os casos de estupro somados aos de estupro de vulnerável.
Estupro de vulnerável
Se os números de estupros no geral já são preocupantes, quando separam-se os casos de estupro de vulnerável os dados ficam ainda mais chocantes. Na região os casos de estupro de vulnerável são mais que o dobro dos demais casos em toda série histórica em que há essa separação, a partir de 2017.
Na prática, significa que crianças e outras pessoas sem condição de consentir com o ato sexual são a maioria das vítimas nesse tipo de crime.
Segundo o Código Penal, é considerado vulnerável neste crime qualquer pessoa menor de 14 anos, pessoa que tem alguma enfermidade ou deficiência mental e que não tem discernimento para a prática do ato ou qualquer outra pessoa que não pode oferecer resistência por outra causa.
Até 2016 os dados de estupro eram divulgados juntamente com estupro de vulnerável pela SSP. A partir de 2017 a divulgação mudou e passou a separar os dois crimes. Veja abaixo o levantamento desde então nas 18 cidades da área de cobertura.
A maior parte dos casos registrados nos últimos dez anos na região aconteceram em Limeira (SP), segundo a SSP. Dos 2.143 registros, 858, ou 40%, foram no município.
Limeira segue a tendência da região e o ano com menor número de registros foi 2022, com 50 casos. Já 2019 teve a maior quantidade, com 105.
Veja na tabela a quantidade de registros nos últimos dez anos nas cinco maiores cidades da região:
Estupros nas cinco maiores cidades da região
Na última década, Limeira registrou mais que o dobro de casos que Piracicaba, município mais populoso da região, que teve 343 ocorrências ao todo.
Na metrópole, o ano com maior número de casos foi o primeiro da série utilizada pela reportagem, 2013, quando foram registradas 54 ocorrências.