A Prefeitura de Piracicaba (SP) concluiu a licitação para compra e instalação de quatro câmeras de monitoramento para o Aeroporto Comendador Pedro Morganti. A medida foi adotada pela administração do espaço como forma de segurança, para monitoramento de voos no entorno do terminal.
Com os equipamentos, será possível registrar eventuais problemas em aeronaves e subsidiar investigações sobre acidentes e outras ocorrências no espaço aéreo das imediações, por meio da cessão das imagens.
A licitação foi anunciado dias depois de completar um ano da queda de um avião que matou sete pessoas em uma área de vegetação da cidade. A aeronave tinha partido do terminal e as únicas imagens feitas da queda são de celulares ou câmeras de segurança domésticas.
De acordo com o edital, a estimativa era de que seriam gastos R$ 134,3 mil com a instalação dos equipamentos. No entanto, o valor arrematado foi menor, de R$ 91,6 mil, para a empresa Maxitech Sistemas e Tecnologia LTDA.
A homologação foi publicada no Diário Oficial do Município e o próximo passo é assinatura do contrato e emissão da ordem de serviço. A partir daí, a empresa poderá instalar as câmeras.
No total, serão instaladas quatro câmeras do tipo IP Speed Dome, com qualidade Full HD, que vão operar 24 horas por dia, diariamente, com proteção contra chuva e poeira.
Também é exigido zoom óptico de 23 vezes e digital de 32 vezes, rotação em 360 graus, além de foco manual e automático e recurso de desembaçamento automático.
Melhorias no aeroporto
Diretor do aeroporto de Piracicaba, Marcelo Kraide explica que o acidente com sete mortes ocorrido em setembro de 2021 não envolveu problemas de estrutura do terminal, que está com toda estrutura e procedimentos de acordo com normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Mesmo assim, após o acidente de setembro de 2021, algumas melhorias foram realizadas.
“Adquirimos rádios com mais alcance. Hoje, se tiver uma pane de algum avião, o pessoal consegue entrar em contato com a gente em uma distância maior. E a gente está colocando câmeras de monitoramento que a gente vai conseguir um alcance de 1,5 quilômetro. Se a gente já tivesse as câmeras, a gente com certeza poderia buscar a imagem total [do acidente de setembro de 2021], o que ajudaria até na investigação”, afirmou.
Kraide exemplifica que esses equipamentos podem captar com imagens de qualidade situações como o desprendimento de uma peça de um avião após a decolagem ou algum movimento anormal.
“É uma das coisas que ajuda muito no controle até nas investigações. Não vamos ficar pensando que todo mundo vai sofrer um acidente, mas podem acontecer algumas coisas que a gente pode estar monitorando”.
O administrador do aeroporto explica que a busca por possíveis imagens de um acidente aéreo é uma das primeiras ações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que é o órgão da Força Aérea Brasileira (FAB) responsável pela apuração das causas dessas ocorrências.
“É a primeira coisa que o Cenipa pergunta: ‘tem imagem?’ É uma coisa que a gente poderia ter contribuído, com uma coisa que não é tão cara”, afirma, em relação ao acidente de setembro de 2021.
A verba para a compra do sistema de videomonitoramento foi conquistada por meio de emenda parlamentar.
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