Prefeituras das maiores cidades da região de Piracicaba (SP) relatam atraso na entrega de inseticidas para nebulização contra o Aedes Aegypti, o mosquito da dengue. O produto é normalmente enviado pelo Ministério da Saúde aos estados, que distribui aos municípios.
O produto em falta é utilizado na nebulização espacial (conhecida popularmente como fumacê). O intuito desse procedimento é evitar a proliferação do mosquito que transmite dengue, zika e chikungunya.
Em Limeira (SP), a Secretaria de Saúde informou que o Ministério da Saúde atrasou o envio dos inseticidas e que o município foi avisado em março que haveria esse atraso.
“O trabalho com o inseticida tem acontecido de forma pontual, para atender os casos mais extremos na cidade, mas não há como precisar até quando duram os estoques”, diz a nota oficial. A cidade confirmou 24 casos de dengue em 2023.
Já em Piracicaba, a prefeitura informou que tem o produto para promover as ações de bloqueio, o que é realizado por uma empresa terceirizada, com o inseticida enviado pelo governo. A Saúde também recebeu comunicado sobre o atraso na entrega.
“Apesar disso, a empresa contratada pela prefeitura garantiu que ainda há estoque suficiente para atender a demanda da cidade para os próximos meses.”
A cidade já registrou este ano 95 casos confirmados de dengue, segundo a prefeitura.
Em Santa Bárbara d’Oeste a prefeitura informou que se antecipou à possível falta do inseticida e comprou com recursos próprios, para que a nebulização não precisasse ser suspensa.
“Os estoques do estado devem durar até o fim desta semana, quando então passará a ser utilizado o produto adquirido pelo município”, diz a nota.
Compra emergencial
Já a Secretaria de Estado da Saúde informou que, por conta do atraso, abriu um processo par aquisição de 15 mil litros de inseticida contra o Aedes Aegypti para março, abril e maio.
A expectativa da pasta é distribuir já na próxima segunda-feira (20) 5 mil litros do produto comprado de forma emergencial. “A secretaria segue solicitando agilidade do MS quanto à normalização do envio do inseticida para atender a demanda dos municípios.”
Para definir quais cidades do estado vão receber primeiro o inseticida comprado, serão avaliados dois pontos:
- Situação epidemiológica do município
- Estrutura da cidade para utilização do item (se tem equipe para atuação e equipamentos de aplicação do produto)
O Ministério da Saúde não retornou o contato da reportagem.