Uma pesquisa inédita realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento revelou que o Brasil conta com quase um milhão e setecentos mil trabalhadores que atuam por meio de aplicativos. Esses profissionais, em sua maioria homens, trabalham como motoristas e entregadores em todo o país.
De acordo com os resultados da pesquisa, mais de 1,2 milhão dos trabalhadores são motoristas e 385 mil são entregadores. A pesquisa também apontou diferenças nas jornadas de trabalho e nos ganhos entre motoristas e entregadores.
Além disso, 95 em cada 100 trabalhadores são homens, e mais da metade deles se declara como pretos ou pardos.
A idade média dos motoristas é de 39 anos, enquanto a dos entregadores é de 33 anos. Em relação à escolaridade, cerca de 60% dos trabalhadores têm ensino médio completo.
A jornada de trabalho dos motoristas é maior em comparação aos entregadores. Enquanto os entregadores trabalham, em média, de 13 a 17 horas por semana, os motoristas atuam entre 22 e 31 horas semanais.
Os ganhos desses profissionais também variam de acordo com a atividade desempenhada. Para uma jornada de 40 horas semanais, a renda líquida média dos motoristas varia entre R$ 2.925 e R$ 4.756 ao mês, enquanto a dos entregadores fica entre R$ 1.980 e R$ 3.039.
Atualmente, a atividade por aplicativos ainda não é regulamentada no Brasil, o que é uma demanda antiga dos trabalhadores da categoria. Entre as principais reivindicações estão o direito ao seguro de vida em caso de acidente.
Esses resultados da pesquisa são importantes para entender melhor a realidade dos trabalhadores por aplicativos no país e pensar em formas de regulamentação que garantam direitos e segurança para esses profissionais. É fundamental que haja uma discussão ampla e transparente sobre essa atividade e que sejam encontradas soluções justas para todas as partes envolvidas.