A aposentada de 60 anos, ferida no ônibus do transporte coletivo alvo de atentado em Piracicaba (SP) na terça-feira (21), disse neste sábado (25) que só após a alta médica soube da morte da filha. Vítima da mesma tragédia, Adriana Coelho da Silva, de 42 anos perdeu a vida após ser atingida por facadas.
A mãe teve ferimentos no pescoço e foi socorrida na Avenida Armando de Salles Oliveira e levada para o Hospital Fornecedores de Cana, onde passou por cirurgia e recebeu alta na quinta-feira (23).
“Eu tava internada, não sabia de nada. Por isso que Deus me deu essa força toda”, conta.
No dia do crime, que deixou outras duas pessoas mortas, a aposentada tinha ido buscar uma cesta básica e voltava para casa no ônibus da linha Centro-Vila Sônia. Ela estava sentada em um banco no fundo do veículo, próximo à filha, que tinha acabado de sair do trabalho.
Ao ser atingida, a mãe escutou barulho e viu o sangue. Depois disso, saiu correndo para pedir socorro e não conseguiu ver o homem que havia desferido o golpe em seu pescoço.
“Eu não percebi, não vi nada, pra mim era um acidente'”, relembra. Adriana deixou quatro filhos.
“Que Deus tome conta da alma dela e dê muita força pra nós e os filhos dela. Eu tenho vontade de chorar, mas se eu choro eu tenho medo pelos meus netos”, lamenta a avó.
Também morreram no ataque, Roseli Ramalho Ferreira, de 55 anos, funcionária do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, e Valdemar da Silva Venâncio, de 68 anos.
O assassino foi preso após o ataque e transferido para o Centro de Progressão Penitenciária de Campinas (SP). O caso é investigado pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba (SP).
Idosa estava internada no Hospital dos Fornecedores de Cana, em Piracicaba — Foto: Fernanda Zanetti/G1