A Defensoria Pública da União (DPU) anunciou hoje que a rede de supermercados Atakarejo concordou em pagar uma indenização significativa de R$20 milhões em danos morais coletivos, em decorrência da trágica morte de dois jovens negros em 2021. Várias instituições e a empresa alcançaram um acordo histórico após intensas negociações, marcando um passo crucial em busca de justiça.
A empresa dividirá o valor em 36 parcelas fixas, desembolsando a primeira em meados de outubro. Ela destinará essa quantia ao Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad) com o objetivo de financiar iniciativas de combate ao racismo estrutural.
Além da compensação financeira substancial, a rede de supermercados Atakarejo também se comprometeu a implementar uma série de medidas para combater o racismo sistêmico. O acordo compreende 41 cláusulas. Incluindo o aumento da contratação de trabalhadores negros, o estabelecimento de um canal de denúncias ativo e a proibição de empregar indivíduos condenados por crimes violentos na segurança dos estabelecimentos.
É importante destacar que este acordo, não suspende outros processos judiciais em curso contra a empresa, como possíveis indenizações às famílias das vítimas.
Relembrando os trágicos eventos de abril de 2021, os seguranças do supermercado flagraram Bruno Barros, 29, e Yan Barros, 19, enquanto furtavam pacotes de carne.
Em um ato desumano, entregaram os jovens a traficantes locais, resultando em tortura e na morte brutal dos dois, às mãos de membros de uma facção criminosa. Os corpos foram posteriormente encontrados no porta-malas de um veículo.
Por fim, este trágico incidente expôs as consequências devastadoras da “lei do tráfico,”. Que proíbe a presença policial na região, revelando a necessidade urgente de combater o racismo sistêmico que persiste em nossa sociedade.