O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), irá definir na próxima quarta-feira (1º), a taxa básica de juros, a Selic. Na sétima reunião de 2023, que começa nesta terça-feira (31), a expectativa é que o órgão reduza a taxa dos atuais 12,75% ao ano para 12,25% ao ano, de acordo com o boletim Focus, a pesquisa semanal do BC com analistas de mercado.
Este deverá ser o terceiro corte desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário. Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, no entanto, essa alta era esperada por economistas.
Os membros do Copom já previam cortes de 0,5 ponto percentual nas reuniões do segundo semestre. Na ata do último encontro, no mês de setembro, o órgão manteve a avaliação de que esse é o ritmo adequado para manter a política monetária contracionista (juros que desestimulam a economia), ponto necessário para controlar a inflação. Sendo assim, a expectativa do mercado financeiro é que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano.
Enquanto isso, a meta da inflação segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Dessa forma, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de o índice oficial superar o teto da meta em 2023 é de 67%.
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Em setembro, o aumento de preços da gasolina pressionou o resultado da inflação. O IPCA ficou em 0,26% de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual foi acima da taxa de agosto, que teve alta de 0,23%. A inflação acumulada este ano atingiu 3,50%. Nos últimos 12 meses, o índice está em 5,19%, ficando acima dos 4,61% dos 12 meses anteriores.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, até agosto de 2023, a taxa foi se manteve em 13,75% ao ano por sete vezes consecutivas.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic reduziu para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica desde 1986. Uma contração econômica por conta pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubou a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
Taxa Selic:
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda, causando reflexos nos preços. Isso, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Entretanto, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados. Casos como o risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Dessa forma, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo Sendo assim, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, apresentam técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial. Além disso, também conta com uma análise do comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, com a diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.