Piracicaba (SP) teve sua primavera mais quente em mais de um século, com uma temperatura média de 25,9ºC. Essa marca é a mais alta desde que o Posto Meteorológico “Jesus Marden do Santos” da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), iniciou a série histórica de observações climáticas em 1917. Os dados foram coletados na Estação Convencional do campus da Universidade de São Paulo (USP) na cidade e sua divulgação é recente.
As temperaturas acima do esperado para a estação tem as suas causas pelo fenômeno El Niño, de acordo com o professor e pesquisador Fábio Marin, do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq. Ele observou que a mesma temperatura média de 25,9ºC tem seu registro em 2015, também sob a influência do El Niño. Marin alertou que não apenas Piracicaba, mas todo o planeta está experimentando temperaturas mais altas.
Em Piracicaba (SP), os termômetros já estão marcando temperaturas acima dos 30ºC nos primeiros dias de verão. Segundo Marin, o início do Verão é o momento de máxima radiação solar e maior potencial para temperaturas elevadas.
Ao longo do Verão, a radiação solar diminuirá gradualmente até o início do outono, explicou Marin. Ele também previu a possibilidade de novas ondas de calor durante o Verão, semelhantes às experimentadas durante a Primavera.
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Angelica Prela Pantano, pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, previu a volta das ondas de calor durante o Verão. Assim, na região sudeste, com temperaturas elevadas e precipitação pouco acima do esperado. Ela destacou que as previsões indicam poucas chuvas intensas e volumes extremos.
Ao fazer um balanço da Primavera, Angelica observou que a estação teve temperaturas e precipitações acima do normal. Devido à influência moderada a forte do El Niño. Assim, Fábio Marin também enfatizou o papel do El Niño no aumento das temperaturas durante a Primavera.
De acordo com Marin, os impactos das altas temperaturas na agricultura foram mais visíveis nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, onde a menor intensidade das chuvas afetou a produção. Em São Paulo e no Sul do país, as chuvas conseguiram amenizar os efeitos negativos das altas temperaturas.
Marin observou que as frutas e hortaliças foram as culturas mais afetadas pela alta temperatura e radiação, tornando a produção mais desafiadora este ano. Por fim, ele ressaltou que apesar da alta temperatura, as condições ainda são médias para boas na maior parte desses estados.