O ano de 2023 foi marcado por um crescimento explosivo na área da inteligência artificial (IA), com o lançamento do ChatGPT impulsionando outras empresas a acelerarem o desenvolvimento de seus próprios chatbots. A parceria entre a Microsoft e a OpenAI, juntamente com os esforços do Google, Elon Musk e empresas chinesas para apresentarem seus próprios modelos amplos de linguagem (LLM), evidenciam o rápido avanço nesse campo.
Embora o ChatGPT tenha sido lançado em 2022, foi somente em 2023 que alcançou sucesso pleno. Em julho, após se tornar o aplicativo de crescimento mais rápido da história, registrou sua primeira diminuição de crescimento, um recorde posteriormente superado pelo Threads. Assim, também em julho, o Google lançou o Bard, seu chatbot, para o público geral no Brasil e na Europa.
Preocupações surgiram em relação à possibilidade de disseminação de desinformação ou conteúdo ofensivo por meio desses programas. Elon Musk, também envolvido nesse cenário, anunciou o lançamento de uma ferramenta que, segundo ele, “não será politicamente correta”. Gerando curiosidade sobre seus detalhes de funcionamento. Ele afirmou que, “em certos aspectos, essa será a melhor e mais avançada IA da atualidade”.
Em novembro, a xAI, startup de IA de Musk, lançou o Grok, seu próprio LLM. A empresa recomenda que quem “não gosta de humor” evite experimentar a ferramenta. Além da competição entre grandes empresas, governos em todo o mundo estão correndo para regulamentar o uso das IAs e evitar seu mau uso. A China foi o primeiro país a regulamentar conteúdos gerados por IA e até prendeu uma pessoa por esse motivo.
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No cenário internacional, a Itália bloqueou o ChatGPT em março, devido a questões de privacidade e vazamento de dados, mas o liberou novamente após negociações e ajustes no programa. Em abril, a notícia de um homem que se suicidou após conversar com um chatbot por meses levantou preocupações sobre os impactos psicológicos dessas interações.
Artistas e escritores também expressaram preocupações sobre a proliferação de IAs de criação de imagens. Como a Dall-3, que utilizam conteúdo criado por humanos sem compensação financeira. Especialistas estão trabalhando para evitar o uso dessas tecnologias na criação de pornografia infantil, e alguns casos já estão sendo investigados em escolas brasileiras.
Em uma reviravolta surpreendente, o conselho administrativo da OpenAI demitiu Sam Altman, seu CEO influente. A notícia abalou a comunidade tecnológica e revelou questões sobre a estrutura administrativa da empresa. A Microsoft, que investiu na OpenAI, contratou Altman e ofereceu emprego a todos os funcionários da empresa, numa tentativa de reverter a demissão.
Pesquisadores portanto fizeram um alerta sobre uma “descoberta perigosa” ao conselho da OpenAI antes da demissão de Altman, levantando especulações sobre o que essa descoberta poderia ser.
Por fim, ao final da disputa, Altman foi readmitido como CEO da OpenAI, e a vitória da Microsoft consolidou sua posição e a de outras grandes empresas de tecnologia como dominantes no mercado de inteligência artificial.